entre o vazio que cerca as estrofes,
no chão de pedra do meu silêncio,
desenho as palavras que me restam
e nunca fui capaz de pronunciar
vinco a folha pela dobra do verso
ao atravessar um desfiladeiro de vogais
no frémito lento onde ressoam
os pássaros feridos do meu lamento
como quem borda um rio sem margens
no frio enrodilhado da pele cercada
sacudo as amarras a que me condena
a escassa luz de um coro de consoantes
e sigo o sangue pisado das metáforas
sem adjectivos para fugir ao naufrágio
no grito obscuro que serpenteia
entre o vazio que cerca as estrofes
______________________________________
1 comentário:
Olá amigo, muito lindo o seu poema, já tinha saudades, o tempo é pouco, parabéns amigo, beijinhos.
mariagomes
Enviar um comentário