sábado, 19 de março de 2011

SONS NO SILÊNCIO

Quando me apercebo, começo a trabalhar as pausas, a descobrir o ritmo, descubro este rito. Um ritual onde me rio comigo mesmo de haver tristeza, mais ainda de conhecer o seu ri(s)o a desaguar sons no silêncio. Vou da nascente à voz onde mudo de mudo ao modo de modelar o casulo do silêncio a criar crisálidas, desvendo-as vendo a transparência tornar-se lúcida da sua opacidade, libertando luz: translúcida.
Solto a perspectiva, vou-a buscar a primeiro momento, voa a referência até ao apetite onde a genealogia se perde nos genes  do génio que escolheu uma lamparina apagada para, uma vez nela, poder ser acordado. Então conheço uma historia fantástica, uma metáfora sem forma, é a forma amorfa dum verso onde o poema não procura a poesia, para curar na prosa, ressaca donde saca: um texto.
Falta-me um último parágrafo que agora ultimo, com os pormenores deliciosos do cio na fase das frases sibilantes de língua bífida serpenteando os sons no grafismo onde a fala fala de gestos numa mímica que mima na perfeição uma feição impávida da vida bem representada pela areia quando cai da fieira da ampulheta deixando esgotar o tempo, como agora digo ser este mesmo: acontecer.

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