quarta-feira, 2 de março de 2011

Um simples sono



sou um simples sono de vida que tenho e ignoro onde vivo.
tive outras vidas e um só sonho.

na que vivo agora sou cor de mar e fujo da alma que tive
e das dores onde estou.

talvez as veja e as sinta, como vento do que ontem fui
e que enrolo hoje na rede da razão.

e já vi tantos sonhos e tantas dores,
que tenho a impressão que sou sono de tela
ou lama lacre do vento que me roça os dedos.

será inútil a mudança da cor, do que já não há
em tanto que supus, como coisa de sonho que tinha dentro
e já não sinto como sono.

quando acordar pergunto-me se sonhei real
ou apenas ébria no assombro lúcido do sono que sou enquanto sonho.

Eduarda

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