Acentuada é a curva da história
Neste tempo não sonhado em que vivemos
Creio não haver registo nem memória
Não ter sido nunca o mundo como o vemos
O progresso chega a ser deslumbramento
Num pasmo vêem os homens o que acontece
Pressentido parece ser o fermento
De algo que vai ser grande ou fenece
Entrou incrédula a minha geração
Nessa curva pelos homens não sonhada
A sentir começa a ter boa razão
De se indagar porque forças é levada
Desconcertante a curva desenhada
Que o homem foi pobre em discernir
Séria se mostra a curva nesta estrada
Inquire-se o homem acerca do devir
Fácil foi para o homem de antanho
Ver o mundo que se lhe seguiria
Pouco mais do que das terras o amanho
Era o que o seu pensar ao longe via
Nestes tempos porém para seu desnorte
A curva faz-se de interrogação
Não sabe se vai para sul ou para norte
Na mente se lhe derrama a confusão
Se a curva está no termo se pergunta
Pressentindo parecer de maior tino
A sua sorte não quer ver defunta
Aforra a sua esperança no destino
Antonius
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