sábado, 31 de dezembro de 2011

A Dama E O Pescador - Feliz Ano Novo



Se hoje eu soubesse
escreveria
o poema mais sublime
mas quem não sabe escrever
deve venerar
os poetas que glorificam
- a palavra cantada!
deve amar o pai
que desejou, fez e semeou
- a trova!

Se hoje eu soubesse
escreveria
o poema mais sublime
mas quem não sabe escrever
tem d´amar o trovador
que honra a donzela
(mãe de todas as canções)
para que nela nasça o reinado
dos filhos de todas as gerações


JouElam, 311220111420


Votos sinceros de próspero Ano Novo 2012 para o Tu Cá Tu Lá , todos os seus colaboradores,familiares e amigos.



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Apresentação da Antologia Tu Cá, Tu Lá II


Os autores e a Temas Originais têm o prazer de o convidar a estar presente na sessão de lançamento do livro “Tu Cá, Tu Lá 2” a ter lugar no Olimpo Bar Café, sito na Rua da Alegria, 26, no Porto, no próximo dia 7 de Janeiro, pelas 16:00.

Chegou enfim o dia em que podemos confraternizar ususfruindo da companhia uns dos outros num Tu Cá, Tu Lá, que nos tem dado muito.
Agradeço em primiero lugar à Liliana por se ter dedicado na organização desta antologia e à Fátima pelo que contribuiu para este blogue.
Agradeço a todos os autores pela contribuição que têm dado com as suas poesias, assim como a todos os que aceitaram fazer parte desta Segunda Antologia.

Até lá, um abraço a todos!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Apenas e só

Sei para onde quero ir sem esperar que me orientem o caminho a seguir, pois se os caminhos são vastos e a terra é uma para todos. Apenas e só…aguardo que me modelem novas formas.




Pensando bem nem o pensamento me escolhe como sendo um caminho. Há pensamentos tão mansos, a velar por quem cai sem ter onde enterrar as ideias jáAdicionar imagem mortas.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

MINHA ILUSÃO É UMA JANELA


BOAS FESTAS A TODOS OS AMIGOS DO TU CA TU LA


Minha ilusão é velha
Como os alámos da minha rua
Quando a lua neles se espelha
Se amarra a minha alma na tua.
Meu rosto na noite enrugou
É esta a verdade,
até o pranto rolou!
Deus queira que a saudade
Seja a razão de viver,
e lágrimas dos olhos arrancar.

Se a dor ao coração assomar?
Defendo-me com firmeza
Se essa má hora vier
eu terei a certeza.
E coragem tanta!
Que em mim não vai caber.

Minha ilusão é uma janela
Donde avisto meus anos mortos
Passou a vida e eu por ela
Trago no passado os olhos postos.

O que digo é sim ou não,
ou talvez apenas.
Talvez sim,
meu pensamento em rebelião
Ou então não!
São apenas minhas penas.
Ou loucura?
Mas meus olhos se afogam
em ternura.
Lembrando pés descalços
em serena liberdade, num
regato claro de saudade.

rosafogo
natalia nuno
imagem retirada do blog imagens p/ decoupage

Roda Viva


As crianças dão as mãos
e formam uma grande roda
onde a voz secreta do fogo
liberta as eternas melodias
capazes de suster por momentos
o zumbido silencioso da morte 

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 UM FELIZ NATAL A TODOS
OS MEMBROS DESTE BLOG

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SENTIR NATAL

Regressar no tempo agarrar a infância
Com o vibrar das coisas simples
Das luzes das pinhas mansas
Feitas da lareira o aconchego
A alegria que paira no ar
Portadora de esperança
Vozes que vazaram o tempo
Em lembranças desfeitas em saudade
O menino Jesus que na madrugada
Era trazedor das modestas prendas
Que faziam o nosso enlevo
Que não tinha o pai natal sido ainda inventado.
Quisera regressar no tempo
E trazer comigo as coisas
Mas sobretudo o calor das vozes
No ânimo que lhes dava alento
E assim voltar a viver
O Natal da minha infância.

Mas não se fica por aqui o meu sonho de Natal
Que mais funda é a prece que jorra dentro de mim
Que comporta um mundo melhor
Feito dádiva fraterna
Ao indigente que a sociedade despreza
Ao simples sem eira nem beira
Com quem me cruzo tantas vezes sobranceiro
Distraído do igual a mim
Esse que sem o calor do olhar
E a riqueza da palavra amiga
Não pode entender Natal

Antonius

Quando nas quimeras perdi meus olhos

São farpas, que cravas fundo no meu peito
E do amor quente que escorre te sacias
Enquanto morro aos poucos neste leito
Extasiado, em delírio nas nossas fantasias.

Um toque na face.
O desejo.
A despedida perfeita.
Um olhar.
A selar a dor
Um beijo.

Depois do sonho, a eternidade foi o fim.
Depois da existência, o brilho do adeus
E a beleza de duas lágrimas de marfim.

Pranto que se perde no silêncio
Dos passos que te afastam de mim.

Quando nas quimeras perdi meus olhos
O teu cheiro em várias camas procurei
Mas na memória, não te encontrei.

Assim, o tempo contornou os dias
Em noites de fados intermináveis
Escuros, tristes
E tão fáceis
Que me perdi na melodia das guitarras
Friamente só
Eternamente só.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Livro da Vida


(Imagem google)




Abri o livro da vida
e nele me encontrei perdida.

Vi
a menina traquina
saltando e rindo à gargalhada
Vi
a menina rabina
brincando com tudo e tendo nada.
Vi
a menina atrevida
sentindo os olhares
pensando-se amada.
Vi
a adolescente jeitosa
elegante e formosa.
Vi
a adolescente crescida
sentindo-se por todos atraída.
Vi
a mulher amante
de branco vestida.
Vi
a princesa encantada
na garupa levada.
Vi
a mulher mãe
de braços estendidos.
Vi
a mãe mulher
amando seus filhos.
Vi
a filha perfeita
amando seus pais.
Vi
o carinho que lhes dava
mimando-os demais.
Vi
Vi
Vi tudo isto
E nada verdade
Minha vida é afinal
Uma outra realidade.
O inverso de tudo
Em tudo diferente.

Fechei o livro!
Abri-o de novo
No livro da vida
me encontrei perdida.

Maria Antonieta

Noite insone

Na madrugada singela onde dormem
os sonhos vadios da noite mendiga
e onde se esconde o cansaço do dia
repousa o corpo débil…prisioneiro
da indigna agonia

No horizonte da noite insone
há momentos resguardados
de qualquer densidade bravia

Momentos aprimorados
onde dançam as mil cores
aquelas com que se pintam
os elos equidistantes da fantasia

E das pétalas com que bordei o coração
ficam as palavras lavradas em sedução
no corpo extenuado de um poema só

Escrito a 13/12/11

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O verde que eu sei

(Foto, Cigana Moura , via Facebook)



Foi um dia como tantos outros
(Os dias que nascem
Os dias que morrem, quando engravidam da noite)

Um dia em que o silêncio cercou tudo e todos e não deixou marcas
Um dia como todos os que passam
E nós não sabemos se é um dia a mais, ou um dia a menos nas nossas vidas

Enfim nasceu mais um dia
Um dia verde
Mas um dia já posto, na espera por mais uma noite

(Esse verde será sempre a visão mais intensa nos meus olhos
O verde que eu sei)
Esse verde é assim como todas as cores que brilham na noite)

Uma cor que se assume inteira na verdade exacta de um dia a menos ou de uma noite a mais nas nossas vidas

Mas se de vidas falo
Posso muito bem falar de um momento vivido por um dia só
Mas verde
O verde que eu imaginei, e que tão bem sei
Esse verde a escorregar pelas encostas da serra
E a acabar-se na maciez das margens do rio

Correm rios no meu corpo

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Porque te quis



Há dias

Que o teu sol não m’aquece

Não m’enlouquece...

Para me sentir mais eu

E me transformar

Em algo mais

Do que uma simples sombra

Perdida

Esquecida

Nas ruas

Largada por todos

Na derradeira noite

Em que o meu corpo

Desfaleceu

Porque te quis

Só meu

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Poema de cristal

Hoje sinto a tristeza nos raios de sol
Plácidos domingos sem aroma de flores
- Em Primaveras inférteis
Que desabrocham compulsivamente formol
Suavizando as arestas de cândidos pudores

Sinto a melancolia numa taça de vinho
A fuligem desnudou a árvore que me sustenta
- Em Outonos inconformados
Que cambaleiam alcoolizados pelo caminho
Rumando ao baloiço onde a folhagem assenta

Abraço a nostalgia dos casacos marrom
Frígida névoa que tacteia o comprimento do ser
- Em Invernos sentimentais
Que se insurgem na divina morada de Poseidon
Anunciando tempestades de cristal à luz do amanhecer

Cheiro fugazes segundos de amor no ar
Invisível calor que me envolve com afagos de calma
- Em Verões adormecidos
Que se incendeiam pelo sabor do verbo amar
Preenchendo os cantos despovoados da minha alma.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Louco poema

Na quietude
clandestina da noite
voarei, subirei ao cosmos
e lá na minúscula luz da estrela,
poetarei

[disse-te]

Esvaziarei as mãos de palavras
e dos dedos as rimas
onde se soltarão os suspiros
enlaçados
de amantes fonemas

nos cativos lábios do dia
adormecerei
e nos braços do sono
no raiar de algures…
se soltarão as algemas
uma a uma
nos versos da utopia

Furibundo brotará
no entreolhar das pálpebras
o sonho
emerso no fogo da vida

E no esvoaçar dos vocábulos
entoarei num suave poema
a louca fantasia.


Escrito a 25/11/11