segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Poema de cristal

Hoje sinto a tristeza nos raios de sol
Plácidos domingos sem aroma de flores
- Em Primaveras inférteis
Que desabrocham compulsivamente formol
Suavizando as arestas de cândidos pudores

Sinto a melancolia numa taça de vinho
A fuligem desnudou a árvore que me sustenta
- Em Outonos inconformados
Que cambaleiam alcoolizados pelo caminho
Rumando ao baloiço onde a folhagem assenta

Abraço a nostalgia dos casacos marrom
Frígida névoa que tacteia o comprimento do ser
- Em Invernos sentimentais
Que se insurgem na divina morada de Poseidon
Anunciando tempestades de cristal à luz do amanhecer

Cheiro fugazes segundos de amor no ar
Invisível calor que me envolve com afagos de calma
- Em Verões adormecidos
Que se incendeiam pelo sabor do verbo amar
Preenchendo os cantos despovoados da minha alma.

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