Encostada no sofá oiço o cantar da chuva embalado pela música do vento
Procuro carinho na manta do seu abraço quente
Fecho os olhos, e vencida as lágrimas rolam
Quantas vezes já morri???
Não me lembro
Quantas vezes renasci???
Talvez não me queira lembrar
Olho para minhas mãos e o que tenho de meu…é tão somente os caixões em que me deito
Vitórias… essas, sorrio sempre com seu sabor tão amargo
Sinto o calor da manta que me enlaça como num feitiço
Penso no DEPOIS…e fecho os olhos
Acho que não quero mais saber de voltar a morrer
Eu sei que vou voltar a nascer SIM
Ahhhh como vou voltar a nascer
Mas esse nascimento que seja para mim eternamente infinito
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Traços atávicos
Encosto-me na cadeira
olho o horizonte,
cai em mim a paz da aldeia
num entardecer lento
e fresco
a lembrar os últimos dias de Agosto.
Tento afastar-te da memória,
concentrar-me no percurso de uma formiga,
nos sons que me chegam devagar,
nas pedras de granito
à minha volta,
num pássaro
que insiste em chilrear
perto de mim.
Os cães reclamam a minha atenção,
a família chama-me...
...Mas eu não estou:
viajo em segredo,
nua,
despida com ternura,
de olhos rasos de água...
olho o horizonte,
cai em mim a paz da aldeia
num entardecer lento
e fresco
a lembrar os últimos dias de Agosto.
Tento afastar-te da memória,
concentrar-me no percurso de uma formiga,
nos sons que me chegam devagar,
nas pedras de granito
à minha volta,
num pássaro
que insiste em chilrear
perto de mim.
Os cães reclamam a minha atenção,
a família chama-me...
...Mas eu não estou:
viajo em segredo,
nua,
despida com ternura,
de olhos rasos de água...
Na janela do devaneio
A lua prateada apaga-se
No pardacento da noite
Os sentires transmutam-se
Na saudade perene
Os pensamentos voam
Os sonhos aparecem
Na janela do devaneio
Do meu olhar ardente
Na melodia das palavras
Das notas poetadas
De uma canção sufocante
De mim simples mortal
Perco-me na intemporalidade dos sonhos
Dos quereres asfixiantes
Nesta noite Outonal
Onde o nada é tudo
Na imaginação de ti
No sufoco de mim
Só eu e o ilusório imaginado
Neste poema delineado
Pela alma privada
Que sente como gente
Liliana Maciel
No pardacento da noite
Os sentires transmutam-se
Na saudade perene
Os pensamentos voam
Os sonhos aparecem
Na janela do devaneio
Do meu olhar ardente
Na melodia das palavras
Das notas poetadas
De uma canção sufocante
De mim simples mortal
Perco-me na intemporalidade dos sonhos
Dos quereres asfixiantes
Nesta noite Outonal
Onde o nada é tudo
Na imaginação de ti
No sufoco de mim
Só eu e o ilusório imaginado
Neste poema delineado
Pela alma privada
Que sente como gente
Liliana Maciel
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Um Novo Céu dos Poetas
Da minha janela aberta para o mar
Invento um novo céu dos poetas
A liberdade dos sonhos livres
Está mesmo ali para mim
E eu não sei para onde vou
Extasiados neste mar acordam os astros
E na terra dormem já as novas estrelas
Trouxeram um céu aberto junto com elas
Os tempos trasladaram os poetas
Desvendam nas funduras
Invento um novo céu dos poetas
A liberdade dos sonhos livres
Está mesmo ali para mim
E eu não sei para onde vou
Extasiados neste mar acordam os astros
E na terra dormem já as novas estrelas
Trouxeram um céu aberto junto com elas
Os tempos trasladaram os poetas
Desvendam nas funduras
Naus perdidas, caravelas desviadas
Jardins alheados de outros sóis
Querubins entristecidos
E o foco da lua cheia não sabe o que isso é
Jardins alheados de outros sóis
Querubins entristecidos
E o foco da lua cheia não sabe o que isso é
Mª Dolores Marques
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Pecado
A música
e uma história de inverno
a cabeça estremece
o corpo recua
uma noite
estranha
o
vómito,
as lágrimas nos espelhos
eu
à deriva
chuva no olhar
onde estão todos?
Queria
desaparecer
viajar
recomeça a fuga
os sorrisos sem cor
e
as mãos sem dono
TU e EU
sem mim
conheço esse olhar
já sei que vais ficar
comigo
por instantes
eu adormeço...
...e as bocas t(r)ocam-se...
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14 Março,
1984 ; "Cadernos de capa negra"; Santarém
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Jardins proibidos
Os dias (es)correm
d
e
v
a
g
a
r
ao ritmo do tempo.
Breve voar.
Singular,
primordial,
musical
o
momento.
Suave o toque
pianíssimo
no ventre em crescimento
fugaz a vida
que se esvai
em paletas de luz
viva.
Regresso
de Verão
permanecer os olhares verde-mel?
Sossego.
O silêncio
corresponde ao (meu) amor.
Mas
e se a noite é morte
e eu não existo?!
d
e
v
a
g
a
r
ao ritmo do tempo.
Breve voar.
Singular,
primordial,
musical
o
momento.
Suave o toque
pianíssimo
no ventre em crescimento
fugaz a vida
que se esvai
em paletas de luz
viva.
Regresso
de Verão
permanecer os olhares verde-mel?
Sossego.
O silêncio
corresponde ao (meu) amor.
Mas
e se a noite é morte
e eu não existo?!
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Sonhos de uma tarde de Outono
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Expectante
E eu permaneço aqui…expectante.
Calo-me nessa imensidão de sentires
Espero
Reflicto
Nessas tréguas…. amigas
Vividas em corações perdidos de si
Que se encontram
Nos caminhos virtuosos da amizade
Etéreo sentir do ser mortal e imortal
Ávidos de calor rejuvenescido de dar
Sinto as vossas fragilidades
Sinto-vos daqui ao longe
Onde os quilómetros são reais
E intransponíveis neste momento no tempo
Que o tempo nos dá
Abraço-vos, num abraço misto de ternura,
Compreensão e perpetuidade intemporal
Amizade sempre aqui, ali….
Onde o horizonte se une ao doce mar azul
Na eternidade do meu ser carente de vós
Espero a tempestade esvair-se suavemente
No ameno amanhecer da vida almejada
Espero-vos da lonjura do que sou
Submersa nesta ternura de vos dar
Sem pejos, sem inibições….. livre.
Assim como sou…
Liliana Maciel
Calo-me nessa imensidão de sentires
Espero
Reflicto
Nessas tréguas…. amigas
Vividas em corações perdidos de si
Que se encontram
Nos caminhos virtuosos da amizade
Etéreo sentir do ser mortal e imortal
Ávidos de calor rejuvenescido de dar
Sinto as vossas fragilidades
Sinto-vos daqui ao longe
Onde os quilómetros são reais
E intransponíveis neste momento no tempo
Que o tempo nos dá
Abraço-vos, num abraço misto de ternura,
Compreensão e perpetuidade intemporal
Amizade sempre aqui, ali….
Onde o horizonte se une ao doce mar azul
Na eternidade do meu ser carente de vós
Espero a tempestade esvair-se suavemente
No ameno amanhecer da vida almejada
Espero-vos da lonjura do que sou
Submersa nesta ternura de vos dar
Sem pejos, sem inibições….. livre.
Assim como sou…
Liliana Maciel
O Derradeiro Encontro
Imagem de Bárbara Elias
No derradeiro encontro serei eu..
Mª Dolores Marques
Sinto-me na presença de uma lágrima
Que se esqueceu que existe
Gemidos contidos
Abrigam-se imunes ao calor das emoções
E perdem-se nas ausências sentidas
Fui puxada pela corrente de um rio que dorme
Já não sei nada
Mas de igual para igual
Há um tudo no nada existente do vazio
Ouço-te e não vejo a saída
O túnel alarga-se ao fundo
Vislumbro uma réstia de luz
Na totalidade do mundo
Aguardo por um novo amanhecer
Sinto que me vou sem ir
Quero-me por inteiro
Que se esqueceu que existe
Gemidos contidos
Abrigam-se imunes ao calor das emoções
E perdem-se nas ausências sentidas
Fui puxada pela corrente de um rio que dorme
Já não sei nada
Mas de igual para igual
Há um tudo no nada existente do vazio
Ouço-te e não vejo a saída
O túnel alarga-se ao fundo
Vislumbro uma réstia de luz
Na totalidade do mundo
Aguardo por um novo amanhecer
Sinto que me vou sem ir
Quero-me por inteiro
No derradeiro encontro serei eu..
Mª Dolores Marques
domingo, 19 de outubro de 2008
Ulysses Encontro-me no Tempo da Saudade
O tempo da verdade em que me dou
em cada amanhecer no presente
quando te espero e não te encontro
já nem sei se volto a ser
o que já fui
Mas por todas as casas
que ficaram esquecidas
eu vejo sinais de um tempo
quero ir pelas ruas desertas
encontrar-me no tempo da saudade
Ele está sempre ausente
tristezas que se mostram
sorrisos que se perdem
e eu sou só uma lembrança
Vagueio por aí onde se ouve o vento
crio-me nos mares da saudade
e sou sempre um jardim presente
invento-me nos sorrisos das crianças
em cada amanhecer no presente
quando te espero e não te encontro
já nem sei se volto a ser
o que já fui
Mas por todas as casas
que ficaram esquecidas
eu vejo sinais de um tempo
quero ir pelas ruas desertas
encontrar-me no tempo da saudade
Ele está sempre ausente
tristezas que se mostram
sorrisos que se perdem
e eu sou só uma lembrança
Vagueio por aí onde se ouve o vento
crio-me nos mares da saudade
e sou sempre um jardim presente
invento-me nos sorrisos das crianças
Mª Dolores Marques
Minha Cidade
Uma cerca sofrida perde no tempo alguns balaústres
E o telhado coberto de bolor, suas cores,
E num profundo silêncio, com jeitinho de um “sim” de amor
Uma rosa mostra o brilho de um sorriso perdido nas rugas do tempo!
E essas casas, que dizem de gerações imortais
Encarnadas em profundos sinais de um outrora
Sobreviventes em nossa saudade
Ainda me olham!
O transitório e o efémero
Perdem lugar para o eterno
E o espírito caminha por todas as ruas
Por todas as casas
Por todas as lembranças
Por todas as secretas saudades.
Ulysses Laluce
http://www.usinadeletras.com.br/
E o telhado coberto de bolor, suas cores,
E num profundo silêncio, com jeitinho de um “sim” de amor
Uma rosa mostra o brilho de um sorriso perdido nas rugas do tempo!
E essas casas, que dizem de gerações imortais
Encarnadas em profundos sinais de um outrora
Sobreviventes em nossa saudade
Ainda me olham!
O transitório e o efémero
Perdem lugar para o eterno
E o espírito caminha por todas as ruas
Por todas as casas
Por todas as lembranças
Por todas as secretas saudades.
Ulysses Laluce
http://www.usinadeletras.com.br/
Não tenho tempo...
Todos os dias a mesma lenga lenga
Todos os dias a mesma conversa
- Menina BRINCAR agora não…tens prioridades … brincar agora NÃO
- Anda rapariga, puxa…puxa esta CARROÇA que chamam de vida
- Vamos mulher, empurra…empurra tens o CARRINHO nas mãos por que esperas?
E eu EMPURRO
E eu PUXO
De voz gritada alucinantemente calada
Todos os dias me repito e digo
- Agora não tens tempo, para QUERERES
- Agora não tens tempo para CHORARES
- Depois…depois podes SONHAR
E o DEPOIS é sempre igual…ano após ano
Outra CARROÇA…nas mãos outro CARRINHO
E volto a TROCAR a minha prioridade
-Vamos faz força…dá-te toda…entrega-te até NADA mais SERES
E quando cansada, já sem forças rio… rio muito porque não tenho tempo para mais nada
Rio desavergonhadamente do meu ridículo
Rio tresloucada porque nada posso fazer
Rio de toda a – GENTES - que por mim são enganadas
E eu EMPURRO
E eu PUXO
E rio…rio muito
Gargalho até o peito doer
De CARROÇA em CARROÇA
De CARRINHO em CARRINHO
Foge o tempo pelas minhas mãos doridas
Tanta força fazem para suportar o esconder de tanta aflição
- Não pares, continua agora não tens tempo para LAMENTOS
- Vamos tens que acabar depois…depois já podes DESABAR
E como um ramo de árvore, minha alma estende-me a mão, e com um beijo em forma de sopro
- Procura descansar, não podes continuar assim até eu choro por ti
- Amiga agora não tenho tempo, não vês, tenho que continuar…amiga eu estou bem não te preocupes…só estou muito cansada…eu vou conseguir, eu vou vencer uma vez mais, agora tenho que continuar como sempre fiz
Afasto-me PUXANDO…devagar…EMPURRANDO e sigo gargalhando
Afasto-me devagar dos meus sonhos, dos meus quereres, dos meus desejos
E EMPURRO…e PUXO…e gargalho muito alto para não ouvir a minha alma chorar
Todos os dias a mesma conversa
- Menina BRINCAR agora não…tens prioridades … brincar agora NÃO
- Anda rapariga, puxa…puxa esta CARROÇA que chamam de vida
- Vamos mulher, empurra…empurra tens o CARRINHO nas mãos por que esperas?
E eu EMPURRO
E eu PUXO
De voz gritada alucinantemente calada
Todos os dias me repito e digo
- Agora não tens tempo, para QUERERES
- Agora não tens tempo para CHORARES
- Depois…depois podes SONHAR
E o DEPOIS é sempre igual…ano após ano
Outra CARROÇA…nas mãos outro CARRINHO
E volto a TROCAR a minha prioridade
-Vamos faz força…dá-te toda…entrega-te até NADA mais SERES
E quando cansada, já sem forças rio… rio muito porque não tenho tempo para mais nada
Rio desavergonhadamente do meu ridículo
Rio tresloucada porque nada posso fazer
Rio de toda a – GENTES - que por mim são enganadas
E eu EMPURRO
E eu PUXO
E rio…rio muito
Gargalho até o peito doer
De CARROÇA em CARROÇA
De CARRINHO em CARRINHO
Foge o tempo pelas minhas mãos doridas
Tanta força fazem para suportar o esconder de tanta aflição
- Não pares, continua agora não tens tempo para LAMENTOS
- Vamos tens que acabar depois…depois já podes DESABAR
E como um ramo de árvore, minha alma estende-me a mão, e com um beijo em forma de sopro
- Procura descansar, não podes continuar assim até eu choro por ti
- Amiga agora não tenho tempo, não vês, tenho que continuar…amiga eu estou bem não te preocupes…só estou muito cansada…eu vou conseguir, eu vou vencer uma vez mais, agora tenho que continuar como sempre fiz
Afasto-me PUXANDO…devagar…EMPURRANDO e sigo gargalhando
Afasto-me devagar dos meus sonhos, dos meus quereres, dos meus desejos
E EMPURRO…e PUXO…e gargalho muito alto para não ouvir a minha alma chorar
Nos Rios do Teu Olhar
A fuga de ti e de mim
uma forma simples de ir
sem brilho no olhar
Na luz dos teus olhos
vejo rios correntes
lágrimas que se escondem
para não chorar?
Sente, tenta ouvir
o som de uma voz
que o vento arrasta
nesse mar de emoções
Quero ir...
quero sentir
e ver a luz
que te envolve
Sofres por nada
porque nada é tudo
momentos de dor
sentires que já foram
Lágrimas caíram
alagaram o chão
sementes brotaram
e as flores que esqueceram
do perfume das rosas
E eu aqui…
sofro por mais uma lágrima
que aflora nos rios
do teu olhar
Mª Dolores Marques
uma forma simples de ir
sem brilho no olhar
Na luz dos teus olhos
vejo rios correntes
lágrimas que se escondem
para não chorar?
Sente, tenta ouvir
o som de uma voz
que o vento arrasta
nesse mar de emoções
Quero ir...
quero sentir
e ver a luz
que te envolve
Sofres por nada
porque nada é tudo
momentos de dor
sentires que já foram
Lágrimas caíram
alagaram o chão
sementes brotaram
e as flores que esqueceram
do perfume das rosas
E eu aqui…
sofro por mais uma lágrima
que aflora nos rios
do teu olhar
Mª Dolores Marques
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Viagem
O sol
bate-me
no
peito
acorda-me para a manhã
com música
o tempo sem paragens
a fuga
e
o
tentar
não pensar.
Um sentir incerto
a dúvida
na espera que não quero
o vento toca o meu mundo
a Primavera hoje vem mais cedo
as flores sem pólen
num esgar de dor
as árvores ardem
e
as fogueiras
(n)os corações
e
(n)os
olhares.
As palavras tentam(-se)
quebrar o silêncio
o Sol num quarto
as cores
misturam-se,
o perfume
espalha-se
solta-se
a música
e uma borboleta branca
(e eu calada).
O momento
é de vento
e a voz sem som,
o Mundo agita-se
uma bandeira de paz
na
(minha)
guerra
sem tréguas
a confusão e a dúvida
é
u
r
g
e
n
t
e
a opção
(e eu quieta).
bate-me
no
peito
acorda-me para a manhã
com música
o tempo sem paragens
a fuga
e
o
tentar
não pensar.
Um sentir incerto
a dúvida
na espera que não quero
o vento toca o meu mundo
a Primavera hoje vem mais cedo
as flores sem pólen
num esgar de dor
as árvores ardem
e
as fogueiras
(n)os corações
e
(n)os
olhares.
As palavras tentam(-se)
quebrar o silêncio
o Sol num quarto
as cores
misturam-se,
o perfume
espalha-se
solta-se
a música
e uma borboleta branca
(e eu calada).
O momento
é de vento
e a voz sem som,
o Mundo agita-se
uma bandeira de paz
na
(minha)
guerra
sem tréguas
a confusão e a dúvida
é
u
r
g
e
n
t
e
a opção
(e eu quieta).
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1984 ; "Cadernos de capa negra"; Santarém,
6 Março
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Recomeçar
O cérebro num labirinto
as pétalas sem perfume
uma canção
(é quase Primavera)
o Sol no vento
e as memórias a encharcarem-me de imagens
o rio parado
em Lisboa eu sou mais livre
não sei o que sinto,
mas
não quero ser
o corpo
em fogo
em noites de solidão
um toque suave de mão
um olhar terno sem fim
não quero
a dúvida
num sorriso sem resposta
o (des)encontro
num beijo
breve esquecer de mim.
Agora nem há dor.
A confusão
resiste ao Sol
num turbilhão de pensamentos
as lágrimas
de
e
n
c
o
n
t
r
o
ao azul da tarde fresca.
Não me apetece estar
recomeça a fuga
é urgente partir
de-fi-ni-ti-va-men-te
e
não lembrar
as palavras...
Etiquetas:
1984 ; "Cadernos de capa negra"; Lisboa,
4 de Março
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Tudo isto ou eu
Rio selvagem chicoteando com cascatas… oceano prateado conversando com a lua
Jangada com remos partidos… caravela amante misteriosa dos mares
Palhaço que chora… circo multicores
Lua que embala o dia… sol que beija a noite num despertar
Punho que se fecha com medo de ser vencido…mão estendida mesmo a jeito de agarrar
Verdade mentirosa… mentira verdadeira
Grito calado num sorriso chorado
Mulher que vende prazer…na esperança de ser amada
Terra queimada…flor bailarina dançando ao vento
Resposta certa à pergunta errada
Bicho que ferra… santo remédio
Sonho real… realidade sonhada
Promessa falsa… falsidade prometida
Oração decorada…fé sentida
Cordilheira omnipotente… montanha vaidosa... serra envergonhada
Fenómeno descoberto…mistério escondido
Pensamento escondido… esconderijo para pensar
Mesa vazia… fartura de amor
Hora atroz…momento vivido
Dia fatal…sentimento nascido
Desenho torcido… arte começada
Artista esquecido…contrato conseguido
Monte de cinzas…Fénix renascida
Tudo isto é meu nome
Tudo isto sou eu
Silêncio escurecido
Sinto as heras cobrir-me
No silêncio escurecido
Da gélida noite,
Que me aquece o coração
Nesse tempo sem tempo
Sinto-me amarfanhada
Já não sei quem sou
Uma mera ilusão
Um trama sem solução
Uma poesia abstracta
Uma foto gasta
Uma pintura desbotada
Um corpo em devastação
Permaneço na terra
Num abraço de mãe
Em prantos silenciados
Pelos uivos do vento
Que devasta a memoria
Do tempo presente
De quem quer ser
Simplesmente gente
Liliana Maciel
No silêncio escurecido
Da gélida noite,
Que me aquece o coração
Nesse tempo sem tempo
Sinto-me amarfanhada
Já não sei quem sou
Uma mera ilusão
Um trama sem solução
Uma poesia abstracta
Uma foto gasta
Uma pintura desbotada
Um corpo em devastação
Permaneço na terra
Num abraço de mãe
Em prantos silenciados
Pelos uivos do vento
Que devasta a memoria
Do tempo presente
De quem quer ser
Simplesmente gente
Liliana Maciel
Perdi-me no tempo
Sentei-me à beira do tempo
Refúgio enquanto espero
Por um sonho, uma canção
Vi(vida) em jeito de canto
Sentei-me no seu telhado
Ouvi o som do vento
Brilhou numa estrela cadente
Lendas perdidas no tempo
Mas o telhado quebrou-se
Com o passar do tempo
Ruínas datam as histórias
Memórias vi(vidas)
Ao lado do tempo
Olhou para mim
Senti-me... vi-me perdida
No momento sem tempo...
Refúgio enquanto espero
Por um sonho, uma canção
Vi(vida) em jeito de canto
Sentei-me no seu telhado
Ouvi o som do vento
Brilhou numa estrela cadente
Lendas perdidas no tempo
Mas o telhado quebrou-se
Com o passar do tempo
Ruínas datam as histórias
Memórias vi(vidas)
Ao lado do tempo
Olhou para mim
Senti-me... vi-me perdida
No momento sem tempo...
Mª Dolores Marques
domingo, 12 de outubro de 2008
Correntes no Pensamento
Imagem retirada da Net Na quietude
Dos caminhos que percorro
Visto as cores
De um arco íris…
Brilho difuso
Grito contido
Voláteis histórias
Em versos soltos
Que voam sem destino
E no adeus
Descubro a chama corrente
O nascer do sol
O cintilar das estrelas
No avanço do mar
Sou nas ondas
Que se gastam nos temporais
Adormeço
Numa praia deserta
Sem nome...
Sou vozes do tempo
Sou lágrimas que flúem
E se perdem
Nos rios
Do meu silêncio
Mª Dolores Marques
Dos caminhos que percorro
Visto as cores
De um arco íris…
Brilho difuso
Grito contido
Voláteis histórias
Em versos soltos
Que voam sem destino
E no adeus
Descubro a chama corrente
O nascer do sol
O cintilar das estrelas
No avanço do mar
Sou nas ondas
Que se gastam nos temporais
Adormeço
Numa praia deserta
Sem nome...
Sou vozes do tempo
Sou lágrimas que flúem
E se perdem
Nos rios
Do meu silêncio
Mª Dolores Marques
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Prantos esquecidos de mim
És aquela que saltitou mil mundos
nas manhãs submersas da saudade
de ti, de mim, de nós
junto-me a ti
corro a esse chamamento
silenciado pelo gemido da noite
sem medos, perco-me nesses caminhos
pedregosos do destino
e pergunto-me para quê?
O cosmos queima minhas entranhas
de ternura e de desejos incontidos
nas manhãs submersas da saudade
de ti, de mim, de nós
junto-me a ti
corro a esse chamamento
silenciado pelo gemido da noite
sem medos, perco-me nesses caminhos
pedregosos do destino
e pergunto-me para quê?
O cosmos queima minhas entranhas
de ternura e de desejos incontidos
abro as asas e voo sedenta de ti
para além do mar
imersa na vastidão do etéreo
para além do mar
imersa na vastidão do etéreo
Exausta adormeço
nos fios prateados do luar
cobro-me de poeira cintilante
aquecendo o meu corpo despido de ti.
suspiro brisas incandescentes
desenhando áureas coloridas
no pardacento do céu
~
nos fios prateados do luar
cobro-me de poeira cintilante
aquecendo o meu corpo despido de ti.
suspiro brisas incandescentes
desenhando áureas coloridas
no pardacento do céu
~
E fico-me pelo olhar
perdido no horizonte
á espera de ti
em prantos esquecidos de mim.
Liliana Maciel
á espera de ti
em prantos esquecidos de mim.
Liliana Maciel
Tearas de Mil Sóis
Rosas que encheram
nas longas noites de silêncio
os jardins da alma
Levadas pelo vento
choram pelas gotas de orvalho
que caíram na madrugada
Luas beijam as lágrimas
que inundam os caminhos
Recolhem-se os vendavais
E o sol espreguiça-se na eira
Estão limpas as searas
Eu e tu cantamos...
Enfeitamos as tearas
Voam trigos de mil sóis
Mª Dolores Marques
nas longas noites de silêncio
os jardins da alma
Levadas pelo vento
choram pelas gotas de orvalho
que caíram na madrugada
Luas beijam as lágrimas
que inundam os caminhos
Recolhem-se os vendavais
E o sol espreguiça-se na eira
Estão limpas as searas
Eu e tu cantamos...
Enfeitamos as tearas
Voam trigos de mil sóis
Mª Dolores Marques
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Brisa de Outono
As lágrimas que se gastam
Nas fronteiras do silêncio
Cobrem-se de gotas de orvalho
E adormecem as aragens frescas
Que descem sobre os telhados
Contidos os temporais
Adoçam-se nas correntes
Mornas do Outono
Tonificam as folhas secas
Que se despem da primavera
Os raios de sol recolhem-se
Enxugam os templos
Que choram as preces sazonais
Ouvem-se os sinos nas encostas
Cantam hinos às cegas
Amansam os rituais…
Nas fronteiras do silêncio
Cobrem-se de gotas de orvalho
E adormecem as aragens frescas
Que descem sobre os telhados
Contidos os temporais
Adoçam-se nas correntes
Mornas do Outono
Tonificam as folhas secas
Que se despem da primavera
Os raios de sol recolhem-se
Enxugam os templos
Que choram as preces sazonais
Ouvem-se os sinos nas encostas
Cantam hinos às cegas
Amansam os rituais…
Mª Dolores Marques
Canção Amiga
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Encontra-me neste poema
Fujo de mim e alcanço-te
nesse poema magoado
e no doce calor do sol que me invade
com aromas de quietude suprema
procuro-te
nesse poema magoado
e no doce calor do sol que me invade
com aromas de quietude suprema
procuro-te
Vem amiga, encosta-te a mim
transporta a tristeza
que te invade e vem…
sente a audacidade brincalhona
dos raios solares
entoando melopeias ancestrais
transporta a tristeza
que te invade e vem…
sente a audacidade brincalhona
dos raios solares
entoando melopeias ancestrais
Vem delicia-te com as harpas celestiais
perfundindo-se nos poros da alma
perfundindo-se nos poros da alma
Desfalece nesta suavidade
magnética que nos consola
magnética que nos consola
Sente as ondas espumosas
rebolando de mansinho
no calhau secular da praia
e enche o teu olhar neste som feiticeiro
Vem nas asas do sonho até mim
neste poema escrito para ti
Dou-te toda a paz que neste momento sinto,
salta o imaginário e vem amiga , livre...
rebolando de mansinho
no calhau secular da praia
e enche o teu olhar neste som feiticeiro
Vem nas asas do sonho até mim
neste poema escrito para ti
Dou-te toda a paz que neste momento sinto,
salta o imaginário e vem amiga , livre...
Liliana Maciel
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Alheamento
domingo, 5 de outubro de 2008
Desérticos áridos
Desérticos áridos
em sentimentos orvalhados
de afagos carentes
dessa multidão de gente
solitária, vazia
de tudo e do nada
em mentes enraivecidas
em corpos tensos
gastos pela erosão do tempo
dos momentos tempestuosos
em sentimentos orvalhados
de afagos carentes
dessa multidão de gente
solitária, vazia
de tudo e do nada
em mentes enraivecidas
em corpos tensos
gastos pela erosão do tempo
dos momentos tempestuosos
de ser
Reflexos nos olhares
Reflexos nos olhares
amedrontados
de labirintos perdidos
em energias fragmentadas
na procura do térreo prazer
Cegos deambulam
na calçada existencial
escassos em aromas prazeiros
que enaltecem
a transcendência do viver
Vagueiam simplesmente
de labirintos perdidos
em energias fragmentadas
na procura do térreo prazer
Cegos deambulam
na calçada existencial
escassos em aromas prazeiros
que enaltecem
a transcendência do viver
Vagueiam simplesmente
na ânsia de não sofrer
Liliana Maciel
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Folhas de Outono
Correntes Vadias
Bebo dessa leveza transcendente
Sacio o meu corpo com as cores da paixão
Banho-me nas marés que abrigam os vendavais
Lavo a alma. entrego-a nua...a ti
As lágrimas que por ti chorei
Envolvem-me num manto leve
As areias do deserto
Absorvem esta corrente quente
E abrem-se a novas tempestades
Encontram-se já nas proximidades de nós
Anuncio um voo lento...Levo comigo a solidão
O sol alonga-se na quietude do meu corpo
E desfalece na fluidez de uma longa estrada
Cativo de um rosto sem nome
Resguarda-se e amansa os espasmos da loucura
Esbarro-me com o tempo e dispo-me na lua
Canto-te uma nova poesia
Mas não sinto a imolação do desejo
Deito-me nessa corrente vadia
Denuncio-me num novo tema
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Transformação
O silêncio das palavras
fala de traços confusos
de sentimentos mudos
aprisionados no corpo
enfraquecido pela ilusão
selvática da paixão
iludindo a dor do afecto
Gestos autónomos
emergem do tempo
em telas memoriais
pintam traços coloridos
desbotando
o cinzento da ilusão
Algo permanece
imutável…..o amor
a força motriz da maturação
de sermos gente
singulares na nossa similitude
no todo em transformação
Liliana Maciel
A Marca Indelével
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