sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Traços atávicos



Encosto-me na cadeira
olho o horizonte,
cai em mim a paz da aldeia
num entardecer lento
e fresco
a lembrar os últimos dias de Agosto.

Tento afastar-te da memória,
concentrar-me no percurso de uma formiga,
nos sons que me chegam devagar,
nas pedras de granito
à minha volta,
num pássaro
que insiste em chilrear
perto de mim.

Os cães reclamam a minha atenção,
a família chama-me...

...Mas eu não estou:
viajo em segredo,
nua,
despida com ternura,
de olhos rasos de água...