quinta-feira, 17 de março de 2011

MÃOS NA NOITE

Quando os meus dedos se soltam de mim
Em fulgurante frenesi
Adivinho-lhes o intento
E na busca que demandam
Há flores de idílico jardim

Soltos os meus dedos
De piano as teclas eles não buscam
Nunca por nunca coisa trivial
Subtil eles sobem as montanhas que há em ti
Na perene ânsia das alturas

A noite harmoniza-se com o sonho
Dos meus dedos que saíram de mim
Que a noite é alfobre do amor
Receptáculo de um sentir profundo
Que não é sempre que emerge

Nesta noite os meus dedo sequiosos
Esventradas do meu ser as raízes
Não buscam a melodia das cordas
Nem da lira sons melodiosos
Tão pouco da harpa as matrizes

O que buscam tensos ansiosos
É floresta que floresce em ti
E em delírio afagam
É o curso de cascatas preciosas
Que o teu corpo em dadiva se oferece
À sede incontornável que há em mim.

Antonius

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