sábado, 5 de março de 2011
Barco de fuga
Sentado no litoral do imaginário
o poeta desenha um barco
com a madeira solitária dos versos
que guarda nas folhas amarrotadas
de um caderno negro
Desenha o mar distante da infância
e a paisagem costeira
de um secreto itinerário de espuma
com a água que lhe sobra
do olhar exausto e vencido
Aos confins longínquos da memória
resgata os traços trémulos do vento
com que acende a luz de um verão antigo
sobre um fundo azul
onde desenha o cais de onde nunca partiu
E espera pela subida da maré
para traçar os caminhos de fuga
por entre as quilhas da página vazia
onde o sol rasga vagas de névoa
e as sereias enredam viajantes perdidos
.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Runa,
Um poema que nos transporta para as brumas da imaginação.
leve e lindo.
Beijo
Nanda
Enviar um comentário