domingo, 13 de fevereiro de 2011

Ubiquidade



Podias ter vindo hoje,
como quem chega de longe,
rompendo o silêncio da manhã
num voo de velas desfraldadas
ou num canto súbito de rouxinol
anunciando a primavera.

Podias não ter vindo hoje,
perdida numa maré de nevoeiro,
sem encontrar o caminho,
deixando-me preso à margem deserta
de um rio de águas estagnadas
como um barco sem rumo.

Podias ou não ter vindo hoje,
encher meu dia de luz ou sombra,
que não impedirias a noite de cair
nem o vento de bater nas janelas
ou que os cães latissem à lua
incapazes de compreender o futuro.

O que te queria mesmo dizer,
tivesses ou não ter vindo hoje,
é que sempre estarás dentro de mim,
mesmo nos dias em que nunca vens.


.

3 comentários:

Fátima disse...

Eu também esperei alguém assim.
Como se o amor, que existia em mim,
fosse o maior do mundo.
Gritei,
falei
esperneei.
E sozinha fiquei.
Rs rs.
Estou brincando, o amor é lindo.
É lindo mesmo!
Com carinho
um bj
Fátima

orvalhos poesia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
orvalhos poesia disse...

Muito belo, parabéns.

Beijo
da amiga