sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

2012


Sondo o futuro
com os olhos apocalípticos do profeta
bebendo a treva do caos
na malga de sangue
dos impérios desmantelados.

À minha volta
tudo se desmorona
numa vertigem de sinos
e ânforas quebradas.

Todos os sinais se completam.
Todos os horizontes se fecham
no ponto sem retorno
do fim dos caminhos
e no clamor dos abismos
a retornarem ao pó e às cinzas.

Atrás do reposteiro escuro
do consumar dos séculos
desfolho, lentamente,
as ultimas folhas do calendário,

o derradeiro salmo dos condenados.

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1 comentário:

Cristal de uma mulher disse...

Escreves com muita sabedoria,são palavras de visão que contam com um cenario próprio de acontecimentos presentes de um breve porvir.
Maravilha ler tuas letras bem escritas e rotuladas a verdade.

Um grande abraço