Fala-me de ti,
não, não fales nada.
É no silêncio das palavras
que te sinto renascer nos meus braços
como as primeiras folhas que se abrem
acasaladas, no romper da Primavera.
Olha-me, deixa-me ver-te
onde o céu não se alcança,
entre a corda bamba e a nuvem mais ousada,
que mesmo vestida de negro
me acaricia a dor que já não respiro.
Deita-te a meu lado
e fala-me de ti
antes que a madrugada acorde
o silêncio das andorinhas
que hão-de chegar
despidas nos teus braços.
…fala-me de ti
antes que as nossos lábios se toquem
como duas adelfas selvagens…
Conceição Bernardino
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