Poderia ser um rascunho
esquecido na janela onde encosto
as chuvas da alma ou balanço as memórias
numa tela sem cor
guardado num reduto interior onde embrulho
o vazio do tempo ou afundo
a fria dor
extinto no silêncio das águas onde esvoaço
entrelaços ou diluo
desacertos
dissipado nos ramos do vento
planura de espaços onde me faço
eterno movimento
caído numa lágrima onde me cega
a luz que não passa
e me dói a morte dos pássaros.
Marialuz
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