Todas as estações do escarpado calvário
ajoelham-se à minha porta.
Fecho as cortinas dos meus olhos,
saboreio o graal da Primavera amortecida
pelas chuvas que ainda gaguejam
ruídos sonantes,
num malmequer envergonhado.
Os sinos já não acordam de manhã
nem as papoilas se despem de ópio,
retiraram-lhes os cabelos grisalhos das andorinhas
e os braços longínquos do sol.
Se ao menos eu pudesse
devolver-lhes as ladeiras da minha vida,
talvez eles voltassem…
…voltassem, anunciar
como dói o verde cerrado da despedida.
Conceição Bernardino
Publicada por Conceição
2 comentários:
Adorei teu canto...Abraço.
Ha despedidas assim, que mais parecem preces anunciando o novo
Esta tua "nova poesia", é cheia de boas energias
Gosto
beijo
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