domingo, 6 de fevereiro de 2011

…nunca digas adeus

Todas as estações do escarpado calvário
ajoelham-se à minha porta.
Fecho as cortinas dos meus olhos,
saboreio o graal da Primavera amortecida
pelas chuvas que ainda gaguejam
ruídos sonantes,
num malmequer envergonhado.

Os sinos já não acordam de manhã
nem as papoilas se despem de ópio,
retiraram-lhes os cabelos grisalhos das andorinhas
e os braços longínquos do sol.
Se ao menos eu pudesse
devolver-lhes as ladeiras da minha vida,
talvez eles voltassem…
…voltassem, anunciar
como dói o verde cerrado da despedida.

Conceição Bernardino

Publicada por Conceição

2 comentários:

CARLA STOPA disse...

Adorei teu canto...Abraço.

Mª Dolores Marques disse...

Ha despedidas assim, que mais parecem preces anunciando o novo

Esta tua "nova poesia", é cheia de boas energias

Gosto

beijo