quarta-feira, 20 de outubro de 2010

T G

É dia de distancias multicores o vento sopra a boreal aperto a palavra que parte, sinto o cansaço a ser levado em defunto. No ar a conversa finda, no vento o sangue é de narrativa real, as feridas fragmentos de ornato gemidos na fonte graça da jeira. Há muito inclinei-me sobre o mundo no caminho o peito vergou-me ao combate, não fosse beber o sentido do som sem existencialismo transgénico e caía-se, caía-se subia-se por aí. Nenhum dia se extingue inocente num fundo stéreo, nenhum princípio aprisionado harmoniza nos vitrais da existência, o normal são lugares para a recusa de existir livre e natural.
Ascendo a um buraco futurista para a fusão do nada em sol maior, é do amor, desenha-se no peito como um relâmpago. Bendito. O resto é abrir os olhos sem emendas sem o sangue e o degredo do costume, abrir as mãos só com nada, o nada é essencialmente infinito. Falta um tempo de mundo humano, muito do ar que se respira veste de cem cor estragado e nós revolução evolução duas esposas convidadas somos a latejar no limiar de enlevos imperiais a chorar nos céus rios. O ar ainda tem um odor sedimentar, ouve-se um choro e um cantar e duas faces a estiolar.

3 comentários:

alma disse...

Alberto,

Um retrato sem vaga, presente, concreto.

bj

Anónimo disse...

Eduarda,

depois do teu sempre bem vindo comentário eu vou mesmo retirar o vaga porque penso que o sentido que pensei dar com o vaga não foi conseguido e desvirtua realmente o texto

obrigado pela leitura e comentário

bj.
alberto

Luiz Sommerville Junior disse...

Albertus, penso que já disse tudo bem mais lá em cima , noutro post mais recente , de qualquer modo , nunca será demais salientar a beleza-mensagem da tua originalidade.
Abraço