segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Miragem

Foi como se o teu sorriso trouxesse nos lábios
os sonhos da lua
instantes quentes de uma verdade
que tens para me contar

não sei o que fazer com esta vontade
que me é estranha
mapeada de pontos de interrogação

invento uma tela em branco
em que teço os passos leves
de uma aragem de loucura
num tempo
que não é meu nem teu

quisera eu de horas ser escultora
sorver o momento
libertá-lo da sua temporal sujeição

penduro no meu chão
a porta entreaberta
fecho à chave o teu nome
e despeço-me
só desta vez... mais uma vez.

Marialuz

2 comentários:

alma disse...

Marialuz,

Mais uma vez...soberbo momento.

bj

Luiz Sommerville Junior disse...

Maria , quantas despedidas habitam nas solidões ? Quem se vai ? Quem vai ou quem fica ? Ambos ? O poema será sempre um porto , chegada daquele/a que vem ... mesmo que essa vinda leve os nossos olhos ...
Belíssimo.
bjs