sábado, 2 de outubro de 2010

PEQUENA CIDADE

Mais espuma brota
A granel da foice
Cabe-me tudo na mala
Coubesse assim
As horas da cidade

Cheira a absorto
Os braços não arrumo
Torres de outro corpo
Versalhes pesa morto
Banais por esta cidade

Ouço da sombra fugaz
Do título que não sabe
Perdido longe a gás
Sonolência leito e paz
Coloração noutra cidade

Insónia sem ritmo
Vazio é bolso
Corpo frio e absinto
Envelhecida catedral
Disfuncional pela cidade

Espírito fatal
Trágico registo
Afinal tenho visto
Que nada tenho visto
Nos seios desta cidade

Eterna noite
Poluição em destaque
Moribundo almanaque
Nada que afoite
Não existe a cidade

Derrete em vaidade
Bolor roxo teso
Decadência pé ante pé
Amarras em verso preso
Estátua de pedra
Ai cidade

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