Agarro cada coisa boa em ti e estandardizo-a,
Afasto com um pestanejar de indiferença
cada frame do teu sorriso no meu pensamento,
Coloco uma mola na ponta do nariz sempre que te aproximas
para não ficar presa à memória do teu cheiro,
Construo mil teoremas sobre a insignificância que tenho na tua vida.
Invento filmes em que sou mera espectadora de nós
e projecto-os numa parede negra,
Sinto-me em fúria, sempre que certeiro,
Transformas cada uma das minhas teorias em adubo para as urtigas.
Mantenho firme a cabeça à tona
para não mergulhar nas águas cristalinas da tua boca.
Hoje deponho esta armadura de ferro fundido,
junto à negação e a razoabilidade de não nos sermos
Porque não quero correr contigo, quero correr ao teu lado.
Porque estou exausta de te afastar dos meus sonhos
Quedo-me então, imóvel, à espera que os sonhos de afastem de ti
Gerês, 01 de Janeiro de 2011
1 comentário:
Pois eu diria que, de proximidades, este texto só tem a da sede de amar. De viver em pleno, de assumir o sonho. Não te afastes do sonho, Ana. Nem deixes que o sonho te afaste de ti... Beijinho!
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