segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Não há

(Foto - D.M.)


Oblíquos traços
De um destino aquém
Da lisura do tempo
Tal moeda fria
Nas palmas das minhas mãos
Face de um mesmo caminho
A encurtar-me os passos

Os meus olhos
Fecundam o ventre da noite
E a noite fria
Tão fria como a laje
Que me cobre o corpo
Não me disse
Que era a tormenta
Que varria os meus sonhos

De arremesso
Num tropeço
Não há volta a dar ao tempo
Nem território
Que se acabe no meu corpo
Não há meios
Não há freios
Não há medos
Nem sistemas coloridos
A pintar-me os gestos diários
Não há!

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