quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

NERVURA


Finas nervuras de sensibilidade
Canais infinitesimais de seiva
Que levam a energia vital
Pelas ramificações
Que se vão estreitando
Até ao limite!
A folha da planta sem alimento
Secou, encarquilhada e caiu…
Foi abandonada
Faltou-lhe a água
Ou faltou-lhe a claridade…
Como pode a folha
Manter a sua frescura
Se lhe falta o essencial!..

Que pena…
…era tão macia, tão leve…
Tão cheia de boas intenções
E de desejos!..
O acaso derrubou-a
Agora anda sem sentido
Às bolandas das correntes…
Vai cair num esgoto
A caminho do rio
E do rio, para o mar
Até ao nada…
Viveu gloriosa
Quis amar a vida…
…e não foi amada!
Janeiro -2011

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