segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Solto a alma















Solto a alma nas folhas tingidas
de aromas rubros do pretérito
e nas margens desmerecidas,
prensados fragmentos de mim

São colagens de ternuras
que me sussurram de ti,
são arremessos de palavras
que o silêncio caligrafou
e outros artefactos
que a aragem bravia
me trouxe e me doou

São imagens furtadas
ao livro que me escreveu,
rascunhos impúdicos, lapidados
pela tinta de Morfeu
são testemunhos docemente cativos
nas paginas que não se perdeu

Sou eu, és tu, é…
a vida que nunca se esqueceu
dos rascunhos que o tempo estagnou.


(Solto a alma nas folhas tingidas do pretérito)

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