Da roseira brava sem rosas
d`um jardim sepulcral
espreita os espinhos com dor
e nos caules amarelecidos
perde-se a clorofila sem cor
Cantam os pássaros sem asas
nas arvores desnudas de flor
uiva o vento em temporal
e as chuvas gotejam,
entristecidas
a fugidia luz color
No dia perfaz-se a noite
e a noite sepulcro d´ amor
na sombra escura do penhasco
o bramido mudo do Adamastor
E eis que….
Nas folhas desenha-se a gota
do espesso orvalho matinal
e na terra por arar, brota
a semente de todo esse areal
Das rosas vivas flúi o pólen
deste jardim intemporal
e na doce brisa outonal
sopra o aroma dourado
do vasto milheiral
E a vida torna-se grito
no silencio por falar
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