domingo, 21 de junho de 2009

Sete



Adormece na madrugada tardia
em que a (tua) voz se nega à evidência
do Ser

enquanto
disfarça amores permitidos
pelo cansaço do proibido.

(En)canta as tarde de Verão
em subtilezas da
alma
(im)pura
a
razão
com que tece lençóis de linho
numa cama de nupcias
sem noite
sem nada,
inventada
a verdade que se quer
em momentos de musica
aberta
a janela sem cortinas
a sala sem sofá
o piano abandonado na praia
e
os corações dilacerados
mergulhados no mar
em esquecimento
tentando resistir
à partida
sem regresso
numa maré
de Lua Cheia.

Pequena
a concha
que a acolhe
sete mares,
sete vagas
sete escravas
de prata
envoltas no corpo
estático
pés firmes na areia movediça
que lhe engole a alma
por jamais
entender
porque desistiu,
quando
a noite
era a mudança
da morte
em vida.


1 comentário:

Ana Coelho disse...

Um excelente poema que navega na incerteza da certeza que é a vida.
Um bom momento poetico.

Beijos