Nas águas paradas
De um rio morto
Sem nascente
Nem afluente
Lancei o meu velho barco
Sem remos
Nem velas
Suspenso nas brumas
Indiferente ao vento
Imóvel...
Rumei à fronteira da minha mente
Nos limites do entendimento
Prisão obscura
Demente...
Onde não existe o ontem
Nem o amanhã
No espaço aberto do esquecimento...
Estiquei o meu braço inerte
E toquei o sino da morte
Chamando os corvos da noite
Desligando-me assim
Do tempo...
Impulsos (Lurdes Dias - Cleo)
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