Desenha-me no fundo da chávena
onde as borras do café
se esbarram no meu rosto.
Ainda me resta a cafeína
na cor da minha pele
[Naquela cor reproduzida
no pincel da chibata]
[Desenha-me de qualquer cor
pouco me importa]
Rasguei a carta de alforria,
a sentença, a liberdade condicional.
Retalhei-me por dentro e por fora
com o mesmo olhar negro,
com que retalharam a pele branca
da minha mãe…
Conceição Bernardino
1 comentário:
São , um poema que magoa como a implacabilidade d´aço afiado ! Estrutura , ritmo e mensagem de cortar a respiração !
Grato amiga , pela excelente partilha!
Bom final-de-semana!
Enviar um comentário