Os dedos
rasos de utopia
colam-se a devaneios
fantasia
que me desliza na pele
e arrasta pegadas do tempo
em nós desarticulados
de certezas que jazem no chão
inertes.
Ri-se de mim
a indiferença dos relógios
lenta anestesia
do sopro que me corre nas veias.
De que vento gelado me tornei matéria
na desmemória dos incrédulos?
Não sei os deuses nem o céu
esmaga-me a terra
onde me procuro entre as cinzas dos medos
embrião de um ventre renascido
fogo
água
palavra
chão que seria
se nunca tivesse sido.
Em lugar algum me encontro.
Sou a sombra
no voo de um pássaro.
Marialuz
1 comentário:
Que maravilha!
És uma princesa amiga, na poesia,
e é tão bom ler a delicadeza das tuas palavras.
Beijinho da
natalia
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