domingo, 3 de abril de 2011

LAMENTOS DE POETA



Trazia as mãos pejadas de sonhos
Os sonhos repletos de promessas
Endoidecidos os dias, tão risonhos
Numa solicitude pedindo meças.
Mas os passos tornam-se pesados
As gargalhadas vão ficando apertadas
Ao desespero enlaçadas
Assim mirram os sonhos desgrenhados.

E a vida se fecha sem aviso
Marcada p'la nostalgia
Vincadas as rugas, é preciso
tolerá-las dia após dia.

Pensamentos em desalinho
Já não guardam segredo
Não sabem nada do caminho
Mas vão-no seguindo a medo.

Não me falem com palavras piedosas
Nem me digam só o que me convém
Prefiro engolir palavras audaciosas
Digam...digam que não sou ninguém!
Deixem-me partir cansada
Deixem que me vá embora
Com o rosto em pranto calada
Deixem-me no meu refúgio por agora.

Trago as mãos inábeis como ventos
Cruzo os braços e medito, a sós!
Ouço Cânticos de Poeta, lamentos
Que são rios que me correm na voz.


rosafogo
natalia nuno

2 comentários:

Maria Gomes disse...

Olá amiga Natália, mais um belíssimo poema que gostei de ler, por aqui lê-se lindos poemas, beijinhos da amiga Mariagomes.

orvalhos poesia disse...

Obrigada Maria, que bom encontrar-te por aqui, dentro em breve lá estaremos juntas, se Deus quiser.

Beijinhos