terça-feira, 10 de janeiro de 2012

POEMA NATURAL


Rasgaram-se as carnes
ao grito de guerra
e em dores de partida,
ânsias de chegada,
fez-se luz nascida
a vida anunciada
pelo estremecer da terra
de véspera arada.

E no peito arfante
um coração cansado
explode emoção,
como se o descanso
tivesse chegado
(que leda ilusão!)
e com ele o amor
há tanto esperado!

E o poema faz-se,
em entrega e papel,
a poesia acontece,
escrita na pele...

Rasgam-se cordões,
cravam-se raízes,
e é tudo tão simples,
tão natural,
quanto o momento
intenso e fecundo
em que uma mãe
põe um filho no mundo!...

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