sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

JOGOS DE ÁGUA



Sou tão feliz que nem sei onde colocar a alegria!
Soprei para longe culpas e pecados
Dilui-me nos bosquejos da ternura
Não me pertenço, dou-me, gota a gota
Num manancial sem fundo
Viajando pelos arabescos da tua pele exsudada!

Quero tempo para sentir tudo devagar
Sempre há mais mundo
A descobrir
Quando o corpo se faz alma!
Tacteio
O jorro de um lago imenso
Que verte do teu corpo
E me inunda como uma corrente!
Em ti me deito
E respiro teu beijo
Que se fluidifica na minha boca!

O teu abraço protege-me do mundo
Em ti esqueço o sótão do desânimo
Onde o desamparo se compactou em pó
Contigo as poeiras se levantaram desatinadas
Como peixes a girar famintos e sequiosos!

Jan-2011


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