sábado, 28 de janeiro de 2012

Num aspergir sem fim

Há dor tamanha, empoleirada no cume
das ramagens delirantes no centro vazio do céu

Não há secura que seque o gotejar das verdes ramas
aspergidas de sal, pigmentadas de calor

Não há sol tamanho que aqueça a clorofila… exausta

Não há rio que alcance as gementes águas
na dor espelhada das águas inertes

Mas há um olhar diáfano da cor vítrea da alma
num aperto infinito que dói em foliáceos timbrados
num aspergir sem fim

Multidatas

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