sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Faz tempo, que não me vejo por aí

Parei naquele espaço de tempo
Onde se apeiam pensamentos.
Um espaço no tempo que torna memórias
As viagens que fiz.

Momentos, aqueles que antes os veneraram
Hoje não podem ver, cegaram.
São muros erguidos.
São muros obscuros
Construídos dentro de uma lâmpada e partidos
Reconstruídos em ruas desertas, pelas mãos da solidão.

A multidão que se perdeu na hora incerta
E eu… eu, sempre fui atrás a encurtar distâncias.

Nas minhas botas nascem flores
Dos lugares por onde passei
Crescem-me, tatuados pelo corpo
Os nomes das pessoas que amei.

A tentação, na acção que se impõe
Correr…
Corri com olhos nos pés, mas não vi.
A ilusão, na sombra que se sobrepõe
Adormecer…
Adormeci nos buracos onde cai e fiquei.

Percorri meio mundo, já trago nos pés um jardim
E nas mãos, todos os rostos do amor que toquei.

Distante esse mundo que desistiu de mim
O imaginário… as realidades caídas
Que me puxam ao profundo do tempo
Por mais de mil vidas.

Faz tempo, que não me vejo por aí.

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