quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

VIDA PEREGRINA

Se a gente sorri ou chora
É porque ter o coração quente,
Dá vontade de sorrir e de chorar!
Rir e chorar, é condição
Forma luminosa e comovente,
E é no exacto ponto da lágrima/sorriso
Que está o milagre da emoção!

Sorrindo e chorando se vive
Num abraço de consonância casual
Pela penumbra do que não se vê
Tão real e simultaneamente tão irreal!

Confronto nem sempre pacífico
Entre a humanidade e a transcendência;
Desenhando o quotidiano
Com lugares de memória,
Milagres da Natureza
Afagos do fado e do vento...
Com passos firmes para o desconhecido
Entre a voz aguda das inquietas gaivotas
E o piar jubiloso dos pássaros
No seu voo indefinido!

Mergulho na metafísica do coração
Nas cavidades onde se esconde o amor,
Que receia ser mostrado
E surge tímido, frágil, cheio de temor,
Pela vulnerabilidade de se dar
Com fingimentos de verdade,
Nas inquietantes ressonâncias
Das metáforas da vida peregrina
Até à saciedade!

O caminho faz-se num nó cego
Sempre de olhos em riste
Com mãos afeiçoadas
Num amor excelso!
A vida é sempre um provir e um devir!

jan.2012

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