terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Aos pés do tempo

Do chão que arranca o meu peito
crescem girassois despetalados
no orvalhar silencioso da noite
da pele que me cobre os olhos

Ardem gerberas rubras, inundadas
pelo despentear mudo dos corpos imoveis
no emaranhado lusco-fusco do tempo

No fugidio olhar gotejante
irtam as mãos desmembradas
e num electrocutar vagante
jazem quentes os dedos no poema
caídos aos pés do tempo

Ah se os olhos cegassem por um momento
e partissem na desfolhada do sentir
não haveria dor alguma, querendo
dissecar o estupido tempo

Escrito 10/1/12

2 comentários:

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida
O orvalhar é uma fonte de bênçãos para o amor...
Bjm de paz e alegria

sagradapoesia disse...

Gostava de postar novamente textos meus no blog mas não consigo o meu blog é www.santosdaposia65.blogspot.com