quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FANTASMAS DA CIDADE



Noite fria, gélida…
O bafo é fumo quente…
Levanto a gola do casaco
Aconchego a «charpe»
Pelas ruas pouca gente…
Mas muitos fantasmas
Corpos escondidos
Nos recantos
Cobertos de solidão!
Muitos…muitos…tantos!...
.
No calor do néon
Da zona comercial…
Aí está a sua cama
Os pertences numa saca…
a garrafa, o naco de pão…
Sombras na cidade sombria
Enroladas num cartão!
.
Que vidas!..
Caminhos de perdição?
Marginalidade um ditame?
Por querer ou não querer
Essa dura condição?
.
Foram crianças de colo…
Amaram e foram amados…
Com sonhos e pesadelos…
Ou não!..
E acabaram despejados!
.
Chegaram à asfixia
De «não vale a pena»!
Ou «que hei-de fazer desta vida»?
Viver é coisa pequena
Seja curta ou comprida!
.
Sinto frio…muito frio…
Um frio não só corporal
Sinto raiva…muita raiva…
Desta vida problemática
Deste mundo desigual!

14.11.2010

Marisa Soveral

1 comentário:

Runa disse...

Infelizmente, cada vez há mais fantasmas na cidade...

Bjs