segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Por fado tenho... (esse canto a que chamamos fado)


Por fado, tenho a memória ondulante
Do canto prolongando a dor pacífica
De um rio que beija em doce súplica
O mar que não chega a ser juzante.

Por fado, entendo o berço e o lamento
Musical, extensão da mão materna
Que o embala, ajuntando à voz tão terna
Uma canção que nina o próprio tempo.

Por FADO, tenho esta palavra nossa,
Que é mais que o "sentir falta" ou recordar,
Que é mais que o alheio sentir possa...

Fado não é mais que a tradução
Dos acordes que nos tangem, a sangrar,
A SAUDADE que nos vai no coração...

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