Percorro o reflexo de teu rosto numa navalha caída...
Duas faces de nostalgia...
Dois gumes de heresia...
Dois gomos de fruta azeda, em anemia...
Toque cego de transversal fantasia...
Com ela me ceifas a lambida dor...
Me dilaceras a trôpega respiração...
Tão real... Como a mais efémere ilusão...
Desperdício de lâmina fria...
Que rasga minha pele...
Que rasga minha garganta e me cala a voz...
Que rasga a demência do meu fel...
Que arrasta meu corpo pelas areias quentes da poesia...
De minha alma ténue, vazia...
Onde a chama cinza nascia...
Onde sons mudos ecoam...
Me perseguem silêncios...
Sobre inertes tempestades sobrevoam...
Salpicos na face de fria espuma...
Salpicos de calor que na noite são bruma...
Rosa dos ventos opostos em nós...
Falas a língua da morte, desligada da voz...
Falo-te a língua enterrada de Hebreus...
Será que só em meus olhos,
lês a revolta,
a linguagem, regressiva, dum adeus...???
Darkrainbow
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