Desfolhadas nas mãos
sombras em chamas adormecidas
espelhos que o sol não deixa acultar,
num campo de puro linho
os pés abraçam a terra
a olhar o chão em flor,
o ar sustem o vento
num caminho marcado nas estrelas.
As pedras com asas
sussurram dialectos aos corvos
murmúrios perto do ouvido
no vale anoitecido
na insónia da lua,
madrigais a cantar raízes antigas
na saliva quente, desperta os rios
correm sem pressa
nas cascatas em abismo solto
na transparência cristalina da água
sacia a sede de infinito
no coração sedento do paraiso.
Ana Coelho
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