segunda-feira, 23 de julho de 2012

o sopro das labaredas



a árvore desfalece
pelas chamas do infortúnio
impregnadas de incontidos sopros
que o vento  lhes incute

um fervilhar constante
eclode
por entre insondáveis matas
tornando-as mais limpas
em tristes tonalidades acinzentadas
simplesmente a eito

os soldados da paz
seguram nas mangueiras
desesperadamente
expelindo delas o sagrado incolor líquido
que atenua
por momentos
tal remessa maléfica
e incontrolável

a imprudência lançou
as chamas ao campo
e o campo descompôs-se
sem apelo nem agravo


António MR Martins

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