terça-feira, 24 de julho de 2012

O Amor mora no Alto



O amor habita essa cabana
Que pintei de um branco muito branco
E revesti  de safiras, rubis e alabastro
A cabana fica no gume da montanha
Para que os olhos dos homens
Quando buscam o amor
Sempre olhem para cima.

O amor vive dentro dessa cabana
Mas portentoso que ele é
Num ímpeto que lhe rasga a parede frágil
E se coloca do outro lado do mundo.
É que ele é denso, absorvente
Envolve e revolve aquele a quem abraça.
Sinto-o no gume da montanha
Quase ao meu alcance,
Que só uma polegada nos separa.

Mas eu quero vê-lo e senti-lo
Com os meus olhos buscando
O cume das montanhas.
Do amor rejeito o declínio,
Dai que subir a montanha
É imperativo de quem
O reconhece sublime, luminoso
Irradiante no sonho.

Encanta-me pressentir-te
Quiçá devorar-te,
Mas tal só acontece
Nesses instantes
Que nunca podem ser muitos
Em que te soltas de ti mesmo
E te me dás desinteressada
Nesse amplexo que é feito
De carne e indizível sentir.

ANTOBER

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