domingo, 29 de abril de 2012

PUDESSE EU RESISTIR


Tanta juventude que havia
em mim!
Só me dou conta agora...
Hoje, quase no fim,
é o inverno que turva a minha hora,
é ele que espreita à esquina
da vida.
Num rumor de tempestade
me deixa esquecida,
arrastando-me na saudade.

Pudesse eu resistir
Ao tempo que tudo varre
ao tempo que há-de vir,
E que na solidão me amarre.

Porque tudo se rende
chegada a hora!
E o adeus se acende.
A porta fechada, a vida
alquebrada
sem demora.

E lá ao longe...bem à lonjura
Ficou ainda tanta alegria insegura
Palavras por escrever, gestos...
Agora apenas restos!

Abraço a minha solidão
Mais uma vez a sós com a minha
fadiga
Mas sinto ainda o bater do coração
Que bate... como quem mendiga.

rosafogo
natalia nuno
imagem da net.

2 comentários:

Gisa disse...

Intenso. Gosto.
Um grande bj

orvalhos poesia disse...

Obrigada Gisa, teu apreço é como flauta que encanta o meu ouvido.

Boa semana Beijinho.
natalia nuno