sexta-feira, 6 de maio de 2011

Garden - Joan Miró

JARDIM…

Teci no alvoroço dos meus sentidos
De impetuosos anseios
Angústias lancinantes
E lamaçais de melancolia…
Uma corda até
Ao jardim onírico
Matizado de muitas cores
Sempre fluido
Em fluxos e refluxos
De sensual impulsividade
Moldado…

Danço contigo…
Improvisas, procuras,
Descobres, acrescentas
Para gemer contigo…
Expressão inaudível
Em movimentos
E tensões
Assimétricas, repetidas…
Emocionalmente poderosas
Convocando sensações…


Nos interstícios da fragilidade
Sorvo o teu travo agridoce…
Tomo o teu pulso…
Teus dedos deslizam
Pelas minhas costas
Que dizes ser de seda voluptuosa…
Jogo de sedução
Arrepiante de sensualidade
Na pele acariciada pela tua cegueira…
Apetece-me gritar até perder a voz
As mãos agitam-se em ímpetos tumultuosos
Nas ondulações rítmicas da fogueira…

07.05.2011

1 comentário:

Luiz Sommerville Junior disse...

Olá Marisa!
Fragilidade é uma palavra que me é cara ... sobre a fragilidade já escrevi por diversas vezes; sendo talvez um meu devaneio acerca da perfeição da mesma o que eu mais gosto!É isso aí : ser perfeito é ser frágil, tão frágil que se fora um pouquinho mais frágil ... seria pluma imparável no seu voo através dos ares ... Seria ? É , poesia!
Parabéns
bom fim de semana , abraço.