Dedicado a todos aqueles por quem tenho laços de verdadeira amizade.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Vínculos
Dedicado a todos aqueles por quem tenho laços de verdadeira amizade.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Estou a perder-me
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
DESEJOS...
domingo, 20 de dezembro de 2009
A lágrima morreu
a lágrima ia nua e singela
ia só nos despojos da vida,
ia sem voz nem beleza,
talvez morta pela míngua
talvez farta pela destreza,
mas no fim, a lágrima morreu…
foi uma septicemia fatal
uma dor ansiando ser tristeza,
ou uma tristeza ansiando esquecer,
mas a lágrima morreu,
morreu boçal e livre
num incesto de emoções,
morreu breve e solteira
como deve uma boa lágrima,
morreu apenas
sem sequelas para o coração,
morreu só, morreu chorando
a vida recauchutada
que lhe deu uma peritonite amiga!
A lágrima morreu,
Ficou o sal…
É assim o Natal
As ruas iluminadas
Em espelhos de luz
O amor que se reproduz
Em mil estrelas de alegria
No calor dos sorrisos
Vidas repletas de cor
É a magia do nascimento
É Natal
São pedaços de Deus
Pintados nos laços
Do aparecimento sublime
Jesus a voz viva do salvador
Em glórias do divino céu
Partilhas anunciadas
Na conciliação que reina
É Natal
Tempo de fraternidade
Em sopros de união
No trono da paz em cada coração
Erguem-se os símbolos
De vigor e esplendor
No mais íntimo sentido
Do verdadeiro amor divino
É assim o Natal…
Renasce o autêntico sentido da vida…
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
As Palavras
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Espírito de Natal
Bolas de magia
Presépios com o menino Jesus
Há um buraco no tempo perdido
Onde caem lágrimas de sombra
Numa miserável cegueira
Que todos sabem que existe e ninguém a crê.
Cantos proibidos
Rostos cansados, gélidos de emoções
Esperando um Natal qualquer
Aquele que não existe
Esquecido pelas vestes da fantasia
Vendendo-se apenas nas palavras,
Palavras cruas e despidas
Porque Natal é todos os dias!!!
Verdade na mentira
Vejo os que andam e não amam,
Pobres despidos das guerras,
Famílias famintas sem pão,
Os que dormem nas ruas desertas,
Os que choram a saudade da terra,
As crianças que crescem e não brincam,
E tantas outros… outros sentimentos saltam
Gélidos como o Inverno que assombra.
Ano após ano,
Grito - Malfadada vida…
A história é igual,
Repete-se a ladainha
Brinde-se e consuma-se o que não se tem
Pois afinal…
Existe a esperança na vida
Que ainda existe… o espírito de Natal.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Revoltas interiores
por constante e verdadeiro sofrimento;
servem-se da sua lógica razão...
para divulgar ao cidadão desatento.
As sofredoras mentes exteriorizam
a inconveniência dos vis mandatários,
perante a realidade dos que agonizam
e assim se tornam contestatários!... Não há rumoque a todos encante
nestas vidas em pleno desespero...
não há aprumo que nos espante
nesta vivência de vão destempero!... António MR Martins
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
2ª Compilação de Ana Coelho (Antologia Tu Cá, Tu Lá)
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
na casa aberta
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Um tempo vazio
Falta a palavra
A colonização do meu espaço
O abraço que acende a manhã fria
A cor de uma aguarela viva
O risco feito ao acaso
A imaginação que preenche a hora morta
O sol que acende a minha noite.
Falta-me,
O arpão que me acerta no peito
Um corpo que me tapa o nu
A flor de um sorriso que me embriaga
O ardor do sussurro no vácuo
A lágrima que me desliza no leito
O poema sem verso na folha
Vulcão que explode num beijo.
Um coração deserto
A morte da minha razão
O rumor da desordem
A loucura que me transforma
Na infelicidade da saudade
A Chaga do peito
A longa espera do regresso.
Falta-me realmente tudo
Falta-me a rocha, o pilar,
As horas que falecem no relógio
Falta-me quem me complementa
Nós dois sempre…
Mas quando não estás
E depois
Faltas-me tu.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Solitária lágrima
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Sinopse do poeta
Entre palavras e vírgulas
O luar que inspira
Nos sentimentos que embriagam.
Benditos imortais
Épicos tempos conhecidos
Pessoas sem terra nem beira
Vestem-se de sonhos
De textos e emoções
Numa arte erguida pelas próprias mãos.
Falam sem falar
No silêncio que só nós podemos ter
Espaço umbigo de um canto perdido
Um tempo que passa
A passar… lentamente
Onde morrem e ressuscitam!
Famintos da escrita
Criam sem pudor
Deslizam tinta em folha crua
Malditos que sufocam
Cantam, choram, gritam
Encantam a peça da vida
Presos aos olhares que os devoram.
A obra singela corre nas sílabas de um verso
Sedutor, maléfico…
Numa fé que molda o sonho
Afaga a face e o corpo
De quem escreve
De quem assim sente,
Como eu… como eu.
Lábios que denunciam o meu voo
Escavando no profundo ser
No princípio, fica o poema
O átrio de uma estrofe sem medo
Para ti que és Poeta!!!
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Viagem que sou
sei-o!
Mergulho as mãos
no absurdo.
…Rumo ao irreal,
Como barcos sem leme
Sulcando os mares de azul.
Sei que sou a viagem…
Degrau a degrau
subo as muralhas débeis
da palavra,
e do cume voarei
de braços abertos sobre
as praias de um lençol,
surdamente inspirado
em vezes de estranheza
e tímidos medos…
Sou uma viagem
sem retorno…
-regressos não há.
O fim não sei,
Mas o amor é o meu tempo!
José António Antunes
Alice ainda está a dormir
Na farmácia de serviço há um velho a tocar gaita de beiços, tenho o som do rio em mim, por causa da minha crónica timidez é o rio que faz a declaração de amor á pequena Alice. O rio fica calmo, não quer acordar a criança, essa criança casta e apetitosa de vicios escondidos a despertar a poesia nos homens que tem a alma "suja" ou simplesmente as fantasias convertidas em culpa, o nosso Senhor Jesus Cristo deu o corpo ao manifesto pelas nossas fantasias, Alice parece uma Madalena, pego num pequeno estojo de cosmética e pinto-lhe os lábios, o roxo fica-lhe bem. Todas as mulheres são belas a dormir, tiro do maço um cigarro, com o fumo desenho peixes e vultos eróticos, parece que aquelas formas saiem dos olhos fechados de Alice,toco o seu corpo e sinto que nele se inventa uma nova maresia, debaixo da porta do quarto há um envelope, dentro metade de uma fita métrica, o chapeleiro louco mudou de emprego, agora é o alfaiate paranoico, as suas roupas cheiram a pão bolorento, o inverno demora a passar e Alice ainda dorme, o ritmo do seu coração é a marcha dos soldados da rainha das lingeries triumph, vou preparar um chá de ervas, o vapor do chá como o da chaminé dos barcos que navegam nos olhos, nunca disse a ninguem que pela casa anda um travesti fantasma, também se chama Alice, gosta de comer bolachas ou costuma com asbolachas fazer o lançamento do disco. Em breve realizasse o campeonato de futebol dos vultos com pé de atleta, não sei se Alice gosta de futebol, não sei quando vai acordar, sei que o alfaiate paranoico vai desenhar o equipamento dos vultos do futebol que jogam nas paredes, já vi um jogo nas paredes de um wc, o publico a pegar em frases como quem pega em tomates e a lançar na cara dos tais vultos. ( liga-me no intervalo) o teu corpinho sabe bem, sabe a peixe no forno e a flores nos cornos dos touros, os cornos dos touros lembram a selvagem poesia Espanhola. Alice nunca leu Lorca, talvez o encontre nas viagens do seu dormir. Entretanto saio, vou jogar bilhar, as andorinhas inspiram-me, gostava de imaginar uma pergunta para Alice: - Quando acordares que vestido vais escolher? Sabes que o alfaiate paranoico vive num guarda vestidos, é um t2, uma renda antiga dessas que ainda se praticam em Lisboa, o alfaiate paranoico agora deu-lhe para rezar o terço, no bolso de um casaco velho há uma folha rasgada a meio, é uma receita com a fórmula do queijo parmesão, com os fios do queijo parmesão ele fez umas calças para o conde da braguilha aberta um personagem asqueroso, muito estimado pelos cães e presidentes de câmara ou até candidatos ás eleições para o parlamento, Alice ainda não mexe uma palpebra. Alguém sabe porque está a dormir tanto tempo?! se eu telefonar para a brigada dos ratos da desentoxicação, espero que não seja tarde de mais, são dez horas da noite, na cozinha da casa de Alice a chaleira do chá está a ferver, finalmente Alice começa a acordar, as suas primeiras palavras são: - Traz-me um espelho, quero embaciar o espelho, lábios desenhados, uns lábios que parecem carnudos como saídos da boca da loira Marlene a velha actriz que vivia com um cineasta alemão, Alice afina a voz, está a preparar-se para ir á ópera, Pavaroti usa uma gravata feita com fios feitos de queijo parmesão, os sapatos de Alice cheiram aquele odor, o chule fonte de inspiração surrealista, o pequeno almoço do conde da braguilha aberta são meias descozidas, estendal do predio uma colecção de meias sinteticas, o conde tem vagas noções de nutrição... Alice parece que anda num mundo paralelo, enquanto ela andou a vaguear a mãe dela tentou ligar-lhe várias vezes, ligou para uma clinica privada e foi disfarçada de sem abrigo ao casal ventoso saber se a sua Alice estava a consumir? Alice estava no seu quarto secreto, foi levada da via latina até ao velho quarto por um velho xaman, quando não era um velho xaman era um carteiro, uma pessoa igual a todas as outras e por outro lado um super dotado da mentira, Alice por ele quebrava todos os vidros, a maior mentira dele foi a maior verdade que flutua em muitos lábios, ela ser o amor da sua vida, mas a mentira dele pareceu soar como a voz da rainha de copas - cortem-lhe a cabeça! Alice olha uma revista cor de rosa, se ainda estivesse naquele seu sono profundo pediria ela ao alfaiate paranoico que lhe fizesse um daqueles vestidos o mais transparente possivel, por favor Alice, a transparencia é util, mas é uma coisa exagerada, sabes como é, sabe sempre ao mesmo, é futil a ilusão das actrizes de folhetim, descascar cenouras com o coelho de março seria muito melhor. O xaman o super dotado da mentira que dava de dez a zero ao belzebu das tretas alcunha dada ao traficante cigano que andava pelo casal ventoso e que rondava os infantários oferecendo histórias de desencantar, histórias que pareciam verdadeiras mas que no fundo não tinham fundo nenhum. Alice alimentaa a sua existência destes personagens, as pessoas estaveis bem posicionadas socialmente que só enganam o proprio ego, só tem dentro delas uma luz e presença e não fazem mais nada do que exibir a riqueza que um dia será pó, ou que é ainda poeira. Os outros, os que roubam, os que enganam, os que inventam sonhos e traficam prazeres não são diferentes, trazer um laço no colarinho não faz de um monstro uma flor. Alice se enamorava dos amantes do perigo(continua)
lobo
sábado, 21 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Quem sou?
A certeza e a dúvida
Lampejo de um firmamento
O próprio desejo,
Sou tudo e nada sou.
Sou a fuga e o caminho,
O ponto e a virgula
A frase incompleta
A palavra suspensa
O poeta perdido.
Irredutível, romântico
O caos e a calma
Sou o tempo que passa
Sou o vento que sopra a folhagem
A manhã despida de Outono.
Sou a luz e a sombra
As mãos que deslizam
Sou fumo…
Andarilho sem destino
Um traço numa tela.
Sou a rosa e o espinho
A onda que beija a areia
Sou o sentimento nu
O silêncio.
Sou apenas eu!
terça-feira, 3 de novembro de 2009
sábado, 31 de outubro de 2009
O cancro que mama tudo e não deixa nada

onde o inesperado acontece,
não se pode ter a Lua
nem tudo o que apetece!...
Sentes teus peitos doridos
pelos nódulos do seu interior…
encontras os dias sofridos
e vives tudo por favor.
Rescaldos duma demora
que outrora desencantaste
e agora urge curar!...
Previne-te em boa hora
do mal que encorajaste,
para o poderes ultrapassar.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Ao Sul, poema para duas imagens
Dias em tons de ocre
A terra absorve o calor
E desponta em pedras
Casas brancas e olivais
Pegas, Popas, Chapins
Aguardam o entardecer
Onde sem mistérios
Matarão a sua sede
E saciarão a paisagem
Imagem 2
Afago-me no ar quente
Como nas searas
Papoilas bailarinas.
Sem solenidade
Só, como às vezes gosto
Em silêncio
Toco teus cabelos, Terra
Ao Sul, um encontro
O olhar atento do Sol
A cópula, o universo
A eternidade
Coisas que não rimam…e outras
O plástico não rima com a praia
Como o sol não rima com duas inglesas
Que o absorvem sofregamente
Por outro lado, no pico do calor
Minh’alma encontra-se com as manadas
Cujos sons percorrem as longínquas planícies.
À tardinha, em bandos
Os pássaros, pardais ou andorinhas
Rimam entre a copa de uma laranjeira
E o céu azul.
À noite dou por mim rendido aos grilos
Até que por fim
Me deixo ir
Perdido,
Em sonhos,
Que nem sempre rimam comigo
domingo, 25 de outubro de 2009
Compilação de Ana Coelho, p/Apresentação de Antologia
Os dias (es)correm
d
e
v
a
g
a
r
ao ritmo do tempo.
Breve voar.
Singular,
primordial,
musical
o
momento.
Suave o toque
pianíssimo
no ventre em crescimento
fugaz a vida
que se esvai
em paletas de luz viva.
Apetece-me!
Hoje sento-me no banco do jardim.
Aqui espero a tua chegada.
Hás-de vir um dia, eu sei.
Rodeiam-me os passos do sossego.
Ao virar a face creio em ti no horizonte.
Não estou aqui a todo o momento;
Vou e venho amiúde, e me tolero
Neste jogo de anseio.
Lá bem no centro de ti
há uma nascente
onde bebo da água cristalina
que sacia a minha sede.
Faço correr rios de esperança
que descem as montanhas
das tuas crenças
e dos teus desejos
De verde vestida
Virados aos céus
Teus braços abriste
Clamando p’los meus
Em mim tu sorriste
E vi como és
Um corpo da terra
Teus seios dois figos
Dá-me o teu odor
A tua textura
E sonhos de amor
Eu
Pecadora
Me confesso
Sim
É verdade
Quebrei todos os votos
Que te fiz por amor
Num impulso de fraqueza
Que me inquietou a alma...
Coso os meus lábios,
Com fino fio de mel dos teus cabelos
Guardando assim no silêncio…
O segredo,
Do sabor dos nossos beijos.
Deixo-me levar nas pétalas da rosa,
Que deslizam na tua face
Invadindo o nosso ninho…
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Afago demoniaco

Tento libertar-me, mas não consigo
Dessa teia que em mim teçe
Sinto a seda escorrer no meu corpo
Envenenando a minha alma
Desse amargo-doce proscrito
Tento me libertar.
Mas…..não, não quero
Quero sentir
O afago demoníaco desses fios
Enrodilhados em labirínticos
Fios de prazer,
Porque assim te sinto
Na macieza desnuda
De te querer sentir
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Antologia “Tu Cá, Tu Lá” apresentada pela Dr.ª Carmo Miranda Machado

sábado, 17 de outubro de 2009
Reduzido à insignificância

o Largo do Descontentamento…
relegado ao silêncio por trapaça
e ignoraram o meu sofrimento.
Isolado por grande pressão,
acorrentado por superior ordem;
esquecido por mera ingratidão,
depauperado… não me acordem!
Privilégios já tive um dia,
no passado que se ofuscou…
livre prisioneiro quem diria?!
Abandonado por preconceitos…
o presunçoso hirto deliberou
afastar-se sem mais trejeitos.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Parabéns Miriam
Fome de palavras
Hoje alimento-me das palavras, a maior parte delas, encontro-as escritas, nos mais variados sítios por onde me passeio nos fins de tarde dos dias mais ou menos vazios... ou pelas madrugadas fora, na ausência das horas que me controlam, mas que por um qualquer motivo, ficaram presas no relógio pendurado naquela parede branca atrás de mim e para onde nem sequer olho...
Palavras escritas, faladas ou ouvidas, são palavras que definem sentimentos. Podem confortar, alegrar, dar esperança ou tirá-la… podem excitar, insinuar, esconder ou mentir. São apenas palavras…
Algumas dessas palavras são tão belas, que me recuso a colhê-las para mim, deixo-as ficar no mesmo sítio, para que possam ser admiradas por todos os olhos que as encontrem também. Outras são demasiado caras, sempre o foram e só com um dicionário por perto, as conseguiria alcançar, mesmo não sabendo muito bem o que fazer com elas... por isso nem sequer lhes tento chegar perto. Outras ainda, são demasiado floreadas e engenhosamente complicadas de modo que de nada me serviriam também, por isso, deixo-as para os entendidos. Há ainda aquelas, que me acenam com sorrisos, mas são demasiado oferecidas, não as levo, deixo-as ali, para que outros se sirvam...
Há também aquelas que magoam, que me ferem os sentimentos e me entristecem profundamente… não as quero, não as desejo nem as ofereço a ninguém. São horríveis!
Sou esquisita, só gosto daquelas outras mais simples, que me enchem o olho logo no primeiro encontro e é dessas mesmo que me alimento e as devoro logo ali, naquele preciso momento.
Gosto muito de palavras, embora elas não sejam tudo...
domingo, 11 de outubro de 2009
Um mar para a revolta
Não aconteceu nada... nem eu no espelho nem tu do outro lado.Cada um de nós tem a sua margem, as minhas lágrimas são as minhas lágrimas e tu tens a tua vida, tens o sorriso que tens. Não sou indiferente só não fico a guardar uma canção demasiado tempo na garganta.Não aconteceu nada, nem eu tenho poesia, nem tu precisas de acender o candeeiro para me leres, ocupas melhor os olhos lendo as nuvens, lendo as mãos de um qualquer vagabundo.Não aconteceu nada, não tenho vinho para encher o copo, nem palavras para as conversas sociais.Ficamos apenastu desse lado e eu deste. Tu tens um gato para acariciar eu um mar selvagem para a revolta. Espero que o meu mar não te arranhe e que o teu gato não me afogue.
lobo 09
sábado, 10 de outubro de 2009
Silencioso pensamento
saída das rochas duras
lavei as emoções
ao som da nascente
sentei o pensamento
furtivas noites fundas.
No peito galopar de cavalo
varando espaços sem fim.
Rosas se abrem em versos
danças em desfiladeiros
rostos purificados nas lágrimas
ao encontro do oceano
no puro imenso azul
trespassa o olhar num relâmpago.
Nas veias arde o lume
na cor do sol escorre do céu
num mundo colorido
pintado de branco.
Sem rosa dos ventos
nem norte, nem sul
profunda veemência quieta.
Ana Coelho
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
lobo 05
terça-feira, 6 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
Lágrima sorriu
Vela no tempo fincada na pele…
Harpa de sonhos
Nas nervuras da terra…
Desabrocha um botão em flor
No orvalho regado no chão…
O vento acaricia o rosto
Num gesto fresco
Pouco a pouco
Na forma da boca…
Abrem-se na cor dos jardins
No fio da prata bordada
Na lágrima que sorriu…em mim!
Ana Coelho
sábado, 3 de outubro de 2009
O cheiro do mar
O cheiro do mar, esse mar deitado nos nossos corpos expressando amor incompleto. Nós somos amantes desde o principio dos tempos e o tempo do amor é mais longo que todos os anos de vida que a nossa existência consegue contar numa dessas tardes perto do fogo. Olho a cegonha e quero perguntar-lhe coisas sobre paris, a relação entre a noite e a depravação. Onde aprendo eu a liberdade do amor se não nas ruas sujas e no vinho que levei nas longas viagens. O cheiro do mar, alguma voz de longe e talvez seja a natureza a revelar o seu pensamento, imaginamos que vai contar os nossos segredos, o amor das nossas vidas, a nossa vida tão curta o nosso amor tão eterno
lobo 09
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Náusea

regurgitado em néons caleidoscópicos
sincronia de sons
sintonizadas
em
cores
abstractas
as luzes
dos olhares
mortificados
pelas mãos alheias
ao
pecado
que repousa
no
son(h)
imcompleto
libertino
fugaz.
E a noite rodopia (n)as órbitas dos corpos sem alma.
Numa mortalha de álcool.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Intimidades da alma

[foto de José António Antunes]
Do céu desceu
alimento divino
regado com lágrimas
caidas em rochas
esculpidas pelo vento
em dias de temporal
...Guiado pela estrela cadente
nas cores do arco-íris
saido do horizonte
no olhar interior
de uma alma sedenta...
Embriagada pelo néctar
escorrido das emoções
pés descalços...
Joelhos no chão,
mãos ao encontro do céu...
Nuvens brancas
carregadas de seiva
pronta a saciar
vazio incessantes
...Sentimento satisfeito
deste manã fertil
na plenitude de todo o ser.
Ana Coelho
terça-feira, 29 de setembro de 2009
sábado, 26 de setembro de 2009
A chaminé
Não estás mais próxima do céu
Nem por isso és branca
É o pouco que sei sobre ti
Não porque mo tenha dito uma andorinha
Talvez até tenha sonhado tudo isto
Todavia as andorinhas são reais
E também tu és real
E apontas ao céu
Ao sul
Rumarão as andorinhas
Quando a estação acabar
Nós viemos agora
À cíclica peregrinação
Como um outro ciclo do sol
Esse, o sol, no céu
O sul na terra
E o azul que parece que compõe todas estas coisas que nos fazem felizes
Figueira
Virados aos céus
Teus braços abriste
Clamando p’los meus
Em mim tu sorriste
E vi como és
Um corpo da terra
Teus seios dois figos
Dá-me o teu odor
A tua textura
E sonhos de amor
Com tua candura
Vela bela flor
Minha sepultura
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Insensatez (How insensative)

quanto as que
parto
corações
aos pedaços
que distribuo
com o olhar
pelas bocas
famintas
ao luar
no deserto
sobre mim
o teu corpo inerte
após a explosão
n
u
c
l
e
a
r
fusão
a t ó m i c a
sem igual
o teu sorriso
de
(a)mar
na distância
que vai daqui-aí.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Palavras que atormentam
Explicitando rancor
Cruéis e cínicas
Nos magoam e causam dor
Desvirtuando o sabor
Amargura sem final
Onde não vive o amor
Falsas
Improvisadas para tal
Por suposto portador
Derramadas sem igual
Denegrindo o animal
E suas formas anímicas
Em período intemporal
Fúteis
De uma acidez que tresanda
Ciclo de um porvir
Sátira na demanda
Proveniência que desanda
Num acto repelente
Pela força de quem manda
António MR Martins
domingo, 20 de setembro de 2009
Sabes? (de Carlos Conchinha)

Momentos (o novo livro de Luis Ferreira)
Parabéns José António

(Foto do aniversariante lindíssima)
Depois do Tejo
É preciso avistar um sobreiro
A primeira cal contrastando o ocre
Para que me sinta em casa
A terra, o trigo, a cortiça
Atravessam meus tantos poros
Irrigando meu sentir
No poial polido
Trocam-se histórias de infância
Sorrisos sinceros
E silêncios celestiais
Olha uma estrela cadente
Diz o pequeno
A vida sulca a tua tez escura
Desgasta o negro feltro em teu chapéu
Mas minh’alma em ti perdura
Meu simples mas pleno Alentejo
sábado, 19 de setembro de 2009
O nosso vinho
Como aquele onde bebi, em tua casa.
Entorna nele o vinho que bebemos juntos.
Saboreia, mastiga, absorve.
Envolve a minha pele nesse aroma afrutado.
Torna-me alcoólico, encorpado.
Sei que contigo sou veludo puro,
De cor rubi, sangue vivo,
Quente, maduro, persistente.
A tua casta difere-te.
Cabernet Sauvignon, Aragonês, Trincadeira,
Touriga Nacional, Syrah ou Merlot.
Que importa?
És como o nosso vinho.
Deixas-me tranquilo, fermentado neste corpo,
Suave, intenso, de textura macia.
Chambreia-me com o teu calor.
Torna-me quente, meu amor.
Sedução sem limites
as tuas palavras
Na boca
desse teu vento
Aquelas
que decoravas
E as do teu
olhar atento
Quero saboreá-las
intensamente
Pela sedução
que continua
Sentindo
tão raramente
O que nos oferece
a alma nua
António MR Martins
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
O descalcular da vida
Lobo 0
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Sábado, 29 de Agosto de 2009
Desenho
Daqui, onde me encontro, traço o perfil
De desenhos que me tornam mais humano.
Sinto que todas as coisas me finalizam.
Já tinhas reparado?
Estes rabiscos significam os
Sensíveis traços da tua pele.
Creio que afinal posso desenhar um pouco melhor.
O sol ajuda-me. Faz-se no teu rosto.
Ilumina estes papéis que trago.
Neles consigo imaginar o sentido
Da arte de te desenhar.
Deixo entrever as tuas linhas e sombras.
Destaco os contornos e as formas.
Reproduzo, plano, e porque me apetece
A silhueta do sentir diverso mas nada alheio
De como te vejo na mente.
Com este sol, com esta luz,
Te desenho porque sei que sim,
Que vejo ondulante o teu corpo aqui, no meu papel.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Matizes de um momento escuro
diariamente,
um mundo diferente, doente
onde a dor também é gente
e o tempo uma navalha
um medo, torpor
o evidente era dilema
e o sonho uma soberba poesia,
num mar de desalentos
e eu só me lamento
ou choro as horas, utopias
como quem enviuva de paixão.
Deboto, perco a graça
e morro por dentro
no mais louco silêncio
uma fúria sem fim
em forma de veneno, ardil
um buraco no ar, alucinante
gritando por mim, assim mesmo
tal qual vos conto e digo
... pensamentos são amantes
formas cegas de padecer permente,
que no auge da voz se atiça ao ausente
e mente o olhar perdido de tormentos
com uma mão afogando o vento
e a outra singrando no covil do alvorecer.
Ressonam os instintos dentro dos ossos
algures nas vidas manhosas,
e os carinhos, ternuras tontas
de beijos e volúpias, feitiçarias
deixam saudades dos bosques de amor
para sempre à soleira dos meus olhos pretos
como a escuridão do destino
a brincar perto de mim, quase tocando.
... por um triz ser a morte.
José António Antunes
Porque amo
Amo… porque sim
Direi… no silêncio da minha voz
Sinto apenas,
Tudo aquilo que desejo,
O caminho… que percorro para ti
Dando e recebendo em cada poro
Nesta eterna inocência de querer.
Mais… muito mais,
Digo-o…
Sinto-o…
Sem limites para parar,
No limite… estreito da minha carne
Entre a videira do teu ventre
No pensar constante,
Acreditando… nas juras infinitas
Entre os suspiros que preenchem o espaço
E faz da tua existência,
A minha!!!
Amo… sinto-o,
O nosso coração faminto…
A rosa enciumada com o teu rosto
Os sorrisos vivos… acesos entre as alianças
Bebendo da tua boca,
Onde o beijo, enlouquece os pedaços
Na filosofia que descobrimos dos sentidos.
Descubro o mundo…
Navegando em teu dorso,
Na curva quente onde germina a mulher
Como barco á bolina sem cais
Creio que uno, somos nós
E nós… Seremos sempre o tempo.
Amo-te hoje, amanhã… Amei-te no passado
Vivo para sentir a eternidade…
De cada nascer,
De cada momento.
O momento… meu, teu, nosso
Que chega, que se sente, que fica
Em cada olhar,
Cúmplice de desejos,
Em afectos que perfumam
As nossas origens.
Nítido como a cristalina água
Havido de ternura, tingindo de vermelho a minha cor
Inocências de cada espasmo
Onde morrerei contigo…
Sei porque te amo…
Amo-te simplesmente
Porque…
O amor é assim.
Tenho marcas no corpo
Feitas a contra gosto
Em cada ano
Um traço novo!
Qual mapa precioso
Que guarda um grande tesouro...
Desgastei-me aos poucos
No longo caminho da vida
Que me fugia
Que corria sempre
Dois passos à minha frente!
E sorria de troça
E eu...
... envelhecia!
Não há reviravolta
Nem contravolta
Nem tampouco revolta
Sou o tempo sem volta!
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Cancro

é um cancro
que nos engole
devorando-nos no devagar da tarde
quando os amores
partem
os corações abandonados
pela incerteza
incompreensão
e preguiça.
Instala-se de repente
já sem possibilidades de tratamento
com metásteses espalhadas
pela alma
o corpo parece saudável
no olhar
o descontentamento
a tristeza impede a felicidade.
Nada se altera
o azul no mar
em ventos de primavera.
Apenas
a alma moribunda
putrefacta
de tanta solidão
sem explicação.
domingo, 13 de setembro de 2009
Apagado
Uma luz que me trespassa.
Sou mais um dia que finda
E virado a sul procuro respostas
Às dúvidas da noite que se avizinha.
Crepúsculo do silêncio incómodo.
Tudo me torna vago e obscuro.
Sinto-me tétrico ao anoitecer.
Nem sempre assim foi,
Mas hoje estou mais ignorante,
Não discirno a intenção e a capacidade de pensar.
Preciso do fulgor.
Do brilho do sol.
Com ele sou clarividente.
E o candeeiro desta rua não chega.
Preciso de uma luz que não esta, vil e amorfa.
Não dou nas vistas!
Hoje não é o meu dia
E não irei aos mais altos astros.
Ficarei por aqui,
Nesta cadeira imóvel, partida num dos seus calços,
Como eu, quebrado em mim.