A viagem começa quando se olha a parede, ver a sombra das mãos e aquilo parece o rio, a água do rio que corre em redor da casa e é como um cão a correr e a ladrar, algo dentro de nós por não haver afectos, por não haver ouvidos que oiçam. A criança deseja atravessar o muro, a infância é um impulso, o descalcular da vida. A viagem parece eterna, uma coisa sem limites e no momento em que a palavra é usada para fixar a atenção das coisas a criança adormece, o selvagem é domado e a religião se instala para que ela não voe, para que não cresça.
Lobo 09
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