Queria ser um pássaro para as asas fechar…deixar-me cair neste abismo que em eco chama por mim
Queria ser a folha no Outono, que dançando caí no chão e que já ninguém a olha já ninguém a vê…e finalmente na terra descansa
Queria ser um barco qualquer…para me afogar na primeira ondulação
Dava-me tanto jeito deixar de se covarde
Esta teimosia de que tudo consigo ahhh não passa de cobardia
Esta persistência de que tudo venço aiiiiiii não passa de vaidade
Queria ter a força de saber desistir
Queria ter a coragem de saber ser vencida
De nada vale escrever e reescrever sentires ou emoção…quando dentro de mim morreu aquilo que me prendia aqui
Sonhar é muito bom…quando temos permissão para o fazer
Receber é óptimo…quando não temos que pagar o resto dos nossos dias, os juros desse prazer
Rir é arma mortífera, de tanto rir por desprezo aprendi a desprezar a vida
Quero muito o dia em que já não gargalho e finalmente permito uma gota de orvalho nascer dos meus olhos
Quero muito o dia que olho para mim, e saber que naquele dia tenho a coragem e a força de encontrar a sabedoria que estou vencida