quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Alma...perdoa-me


Tenho a alma descalça
Ela em queixumes lamenta suas feridas
Procuro quaisquer sapatos para a calçar e…não encontro
Tenho a alma perdida no escuro
Ela por mim grita…e soluça
Procuro uma lanterna…e não encontro
Tenho a alma despida
Ela chora seu frio
Procuro roupa para a confortar…e não encontro
Tenho a alma faminta
Ela com sofreguidão pede comida
Procuro uma refeição…e não encontro
Desculpa alma
Perdoa-me se fores capaz
Tuas necessidades já não são mais as minhas
Desculpa alma
Perdoa-me se poderes
Estou a trair-te eu sei
Sei que queres minha força
Precisas da minha garra
Mas eu já não quero mais
Alma, sempre foste companheira
Alma, obrigado por tua companhia
Alma, não fiques triste
Um dia tinha que acontecer
Sonhei sem nunca contar as vezes
E todos eles só foram sonhos…nunca mais do que isso
Recomecei vezes sem conta
Corri, lutei, em tudo sempre me dei
Nunca virei a cara a um desafio
Desafiei o destino
A morte anulei
A fome venci
Fui amada como ninguém
Gargalhei até doer
As lágrimas anulei
Cantei alto para me ouvir
Amei… como sei
Minha vida troquei para oferecer vida
Um dia tinha que acontecer
A guerreira está vencida