segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Cabem no meu corpo todos os rios do mundo

?

Cabem no meu corpo todos os rios do mundo
Trago-os nos sulcos da pele, como vida nas mãos
Com os que já morreram e com os que em mim ainda irão nascer

E tocando-lhes, percorro-os com os dedos
Seguindo novos caminhos, novos sentidos
Pois cada ruga da minha pele é água e terra
É corrente e paisagem da vida que vivi

Sinto-lhes o norte, o sul, e sei para onde vou

Assim será até ao dia que morrer, e se entretanto me olharem
Se de mim falarem, não digam que sou velho
Digam antes que sou um coleccionador de rios.

1 comentário:

Graça Pereira disse...

Um poema lindo que flui como um rio (tantos) e cantam a nossa vida!
Parabéns.
Beijo
Graça