segunda-feira, 27 de abril de 2009

OLHOS FECHADOS...



Extensa é a minha paz,

que ilumina a minha noite em vagalume...

Triste é minha alegria,

invadida pela doce caricia do ciúme...

Puro o teu amor...

Sentimento apenas proibido...

Sentimento desconhecido...

Sentimento pelo sexo, pela obcessão...

Mera paixão escondido...

Que faço agora contigo ausente???...

Que faço agora com minha alma carente???...

Minha alma que foge de amizade exacerbada e demente...

Chamam-lhe amor doentio...

Eu sinto nele um enorme vazio...

Uma revolta silenciosa que explode no sentido interior...

Porque se ausenta agora meu refúgio,

que se sente obscuro mas plena de minha cor...

Se te vais, questiono-me se é azul o céu...

A noite é cinza escuro, não me atrevo a levantar seu véu...

Se te vais, porque não grito rouco, inerte de fantasia????...

Se te foste, porque te sinto aqui, presa na garganta da agonia???...

Ao sol transpiro o teu sonho...

À sombra te aguardo,

sem luz, sem face, sem toque, um olhar errante...

Sem ti, sou eu meu sol, e por tras da montanha negra me ponho...

Sem ti, volto ao oceano ver meu reflexo ondulante...

Sem ti, meu horizonte vazio, poe em causa uma multidão que sigo...

Abandono o pelotão desta corrida que ninguém vence...

Sento-me na berma da estrada sem som,

em que nem meu nome digo...

Nela me enregelo, mas já nem me lembro o que é o frio...

Sem tua presença colorida qualquer ave é simples pedestre...

Com minha única asa, não voo...

fito um céu de neblinas sem as alcançar...

Sem ti para que quero voar???...

Sem ti para que quero pensar???...

Sem ti não ouso existir...

Apenas...

Estes tristes pássaros, sigilosamente, me ousam acompanhar...

De olhos fechados...

apenas o odor de suas penas...

De olhos fechados...

apenas o ritmo de um coração no tempo parado...

De olhos fechados...

nem a morte sabe onde me encontrar...

De olhos fechados...

sinto mais perto um Deus que acorda irritado...

De olhos fechados...

por teu toque, irei aguardar...

Mas de olhos abertos te irei ver,

até a eternidade serenar...

Lembras-te dum ordinário poema que um dia te li???...

Lembras-te que um dia...

Numa noite...

Te aconteci...




DARKRAINBOW

Sem comentários: