segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sou uma réstia de mim

(foto: Clarisse - Porto)



Sou uma réstia de mim


Perante aquilo que sou
Sobras, inicio de coisa alguma
Sou, (não) sendo,
O que serei alguma vez
É a certeza de um talvez.


Sou uma gota no oceano


Acorda de vez em quando
Na penumbra reflectida
Espelho irrealista
Sombra da imagem
Auto-blindagem.


Sou um grão de areia no deserto


Sou aquilo que nunca fui
Sou aragem que flui
Paragem no tempo escondido
Cronómetro avariado
No espaço perdido
Passado é aprendizado!


Mas quero Ser


Bailarina que em cima
De certezas navega.
Calçada na determinação
De ouvir o coração.


Mas quero Ser


Como folha ao sabor do vento
Como gotícula do imenso mar
Na plenitude do sentimento
Conjugando o verbo Amar!


Constantemente,
Para sempre.


Clarisse Silva
4 de Março de 2010

Sem comentários: